Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmaram nesta terça-feira, 5, que "as estimativas e projeções de curto prazo indicam que a inflação acumulada em doze meses ainda deve ter recuado em outubro, para níveis ao redor das mínimas observadas durante o regime de metas para a inflação". A avaliação faz parte da ata do último encontro do colegiado, divulgada na manhã de hoje.
De acordo com o Copom, porém, a inflação deve voltar a se elevar nos últimos meses de 2019. "Essa trajetória de curto prazo reflete uma inflação abaixo do esperado pelo Copom em setembro e revisão, também para baixo, da projeção referente ao mês de outubro", registrou a ata. "Para o último bimestre deste ano, foram revistas as projeções de alguns preços administrados, que, por sua vez, compensaram aquelas surpresas desinflacionárias, mantendo a projeção de inflação estável em relação à da reunião anterior, no cenário com trajetória para a taxa Selic extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante", acrescentou o BC.
De fato, a ata de hoje traz revisões nos preços administrados. No cenário de mercado, que utiliza como parâmetros o câmbio e os juros da pesquisa Focus, a projeção de alta para os preços administrados em 2019 passou de 3,5% para 5,2%. No caso de 2020, o porcentual foi de 4,5% para 4,0% e, para 2021, passou de 4,2% para 3,8%.
O BC pontuou, na ata, que "no horizonte relevante para a política monetária, o cenário com taxa Selic extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante produz inflação abaixo da meta para 2020 e ligeiramente abaixo da meta para 2021".
De acordo com o BC, "em relação à reunião do Copom de setembro, os condicionantes tiveram efeitos opostos sobre a inflação para 2020". "Por um lado, o estímulo monetário adicional advindo de taxas de juros mais baixas contribuiu para a elevação da inflação ao longo do horizonte relevante.
Por outro lado, a antecipação de alguns reajustes de preços administrados para 2019 e a redução nas expectativas de inflação da pesquisa Focus constituíram um vetor na direção oposta, que terminou por preponderar", analisou a instituição. "Para 2021, em relação à reunião do Copom de setembro, os principais fatores para a queda da projeção foram a propagação da inflação mais baixa projetada para 2020 e revisão em preços administrados."