A retomada gradual da economia já tem reflexos na venda e no lançamento de imóveis da cidade de São Paulo, o principal mercado do País. Até setembro tanto a quantidade de imóveis novos vendidos como lançados foram recordes para o período na capital paulista desde que o Secovi, sindicato que reúne entidades do setor da habitação, iniciou a pesquisa do mercado imobiliário em 2004.
De janeiro a setembro, foram comercializadas 30,5 mil unidades, mais do que as 29.929 vendidas em São Paulo no ano inteiro de 2018. É um volume quase 70% maior do que no mesmo período do ano passado. De acordo com a pesquisa obtida pelo Estado, só em setembro foram comercializados 4.055 imóveis a maior marca para o mês e um volume cerca de 50% maior do que a média histórica para o período.
Na tentativa de conquistar novos consumidores, o ritmo de lançamentos das construtoras está acelerado. Até setembro, elas ofertaram 32 mil unidades neste ano, quase o dobro dos lançamentos feitos nos mesmos meses de 2018.
Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi, observa que o ritmo mais acelerado de vendas e lançamentos que ocorre desde meados do ano atingiu todos os tipos de imóveis em setembro. No mês passado, por exemplo, os lançamentos foram concentrados em imóveis de um dormitório, enquanto os apartamentos de dois quartos lideraram vendas. As unidades de três e quarto dormitórios, por sua vez se destacaram com maior velocidade de vendas sobre a oferta e no Valor Geral de Vendas, respectivamente.
"A economia começa a andar e nós somos o reflexo do momento que o País está entrando, com queda dos juros, redução do desemprego e aprovação de reformas", afirma Petrucci.
Pelo desempenho alcançado até agora e como normalmente os últimos meses do ano recebem um injeção extra de recursos com o pagamento do 13º salário, férias, ele acredita que o ano de 2018 será recorde de vendas. "Não tenho bola de cristal, mas essa é a expectativa."