Jornal Correio Braziliense

Economia

Com queda de 0,30%, dólar fecha o dia em R$ 4; Ibovespa tem alta de 0,91%

Influenciado por questões externas, principalmente no que diz respeito a criação de novos empregos nos EUA, os indicadores reagiram de forma inesperada pelo mercado financeira, nesta sexta-feira (1/11). Ao total, na semana, o Ibovespa teve alta de 0,77%

[FOTO1]Para a surpresa do mercado financeiro, o dólar encerrou esta sexta-feira (1;/11) em R$ 4, com queda de 0,30%, acompanhado por uma alta de 0,91% no Ibovespa, que fechou com 108.196 pontos. Além de um novo capítulo envolvendo a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, recebido de forma positiva pelos investidores, o movimento de ambos indicadores foi um reflexo dos novos dados divulgados pelos EUA sobre a criação de 128 mil novas vagas de emprego. A expectativa dos especialistas é que o dólar alcance patamares abaixo de R$ 4, caso a tensão entre a China e a potência norte-americana permaneça em um rumo positivo no mês de novembro.

O destaque do dia foi a notícia que partiu do ministério do Comércio da China. Mais cedo, a potência informou que as negociações comerciais alcançaram ;consenso em princípio; com os EUA. Victor Beirute, economista da Guide Investimentos, assinala que, apesar de um quadro "bem positivo" no Brasil, os mercados foram mais afetados pelo fluxo de notícias exteriores, a começar pelos pregões asiáticos. "Na virada do dia, já tivemos um dado econômico de manufatura vindo acima das expectativas, o que impulsionou os mercados na Ásia", explicou Beirute. "E o dia já tinha amanhecido com os principais mercados, da Europa e dos EUA, mostrando uma recuperação. Isso reflete uma preocupação com a recessão nos EUA, mostra que a economia tem desacelerado mas que está longe de ser uma desaceleração de fim de ciclo, o que deu fôlego para os mercados."

Porém, o economista reforça que ainda há riscos financeiros envolvendo as grandes potências mundiais. Ele acredita que o dólar pode sofrer variações nesse período de acordo entre os chineses e os norte-americanos. "O fluxo de notícias foi bastante positivo, mas ainda existem riscos, o mercado ainda está bem sensível em relação a China e os EUA. Se tudo der certo, eles devem assinar esse acordo na primeira fase agora em meados de novembro", avalia Beirute. "Pode ser que o dólar tenha uma baixa ou uma alta maior, mas sob o risco de uma determinação de condições dos EUA e China. Caso a gente não tenha uma deterioração disso, acredito que o dólar se mantem abaixo dos R$ 4."

Outro acontecimento que reforçou o clima positivo no exterior foi a divulgação de dados positivos da indústria chinesa e um número bem acima do esperado do Relatório de Emprego dos Estados Unidos. Segundo o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, não houve nenhum movimento interno que possa ter influenciado os resultados de hoje. "Foi tudo mais baseado na reação aos indicadores dos EUA, e não só o resultado atual, mas a revisão do resultado anterior acabou por implementar um otimismo no mercado, dando um suporte para o dólar cair", explicou.

"Esse movimento não era esperado. Existia uma previsão de que seria mais baixo do que o realizado, o que mostraria uma atividade econômica mais fraca", disse o especialista. Ele também destacou o fechamento positivo da semana, já que a bolsa iniciou o mês de novembro com ganhos de 0,77% nos últimos 7 dias.

*Estagiária sob supervisão de