Logo Correio Braziliense

Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsa: mais um recorde


O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), renovou mais uma máxima histórica, terminando com alta de 0,79% a 108.407 pontos. O índice iniciou com recuo, mas virou para alta após as falas do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, que condicionou novo corte de juros nos Estados Unidos ao aumento da inflação. O discurso também refletiu no câmbio, o dólar comercial fechou com recuo de 0,39 %, cotado a R$ 3,987.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, sigla em inglês) cortou a taxa de juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, dentro do esperado por analistas. Essa foi a terceira redução seguida, e mais uma vez houve divergência entre os diretores, oito aprovaram a redução, e dois preferiam não. Como a inflação americana está abaixo da meta, a fala de Jerome Powell indicou que a autoridade monetária americana não reduzirá os juros na próxima reunião deste ano.

;O mercado vinha, com cautela, realizando lucros, o que é natural depois de cinco máximas históricas, mas a fala do Powell sobre a inflação não está no radar. Na cabeça dos investidores, não existia muita chance de corte. Isso provocou a virada de tudo, inclusive dos juros, e, aqui, a resposta imediata foi o dólar caindo e a gente alcançando novas máximas históricas;, avalia o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

Foi divulgada também a primeira prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do terceiro trimestre, que mostrou crescimento de 1,9%, superando as projeções de 1,6%. Outro dado precificado foi a criação de 125 mil empregos no setor privado em outubro no país, distanciando a maior economia do mundo da recessão.

No cenário interno, o mercado já havia precificado uma nova queda dos juros básicos (Selic) nos DIs futuros, o que ocorreu após o fechamento do pregão. ;O mercado começou o dia principalmente seguindo a realização de lucros, contudo a notícia do Fed causou uma reversão rápida da tendência, refletindo na entrada de capital no Brasil e confirmando o câmbio abaixo dos R$ 4;, disse Spyer.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira


  • Melhora nas contas públicas

    O deficit primário ; diferença de receitas menos as despesas do governo ;, em setembro, foi de R$ 20,4 bilhões, em valores nominais. O valor é inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado, de R$ 23 bilhões. No acumulado do ano, até setembro, o saldo negativo foi de 72,5 bilhões, também menor ao do mesmo período de 2018, de R$ 81,8 bilhões. O resultado mostra uma melhora de 14,5% nos nove primeiros meses do ano, em termos reais. É o melhor dado para o período desde 2015, de acordo com o Tesouro Nacional. O documento ressalta que é possível que, neste ano, o resultado primário do governo central e do setor público consolidado fiquem abaixo da meta, de deficit de R$ 139 bilhões e de R$ 122 bilhões, respectivamente.