Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsa sobe 0,79% e renova recorde em dia de decisões sobre juros nos EUA e Brasil

As bolsas de Nova York deram o tom dos negócios com ações no Brasil à tarde e acabaram por conduzir o Índice Bovespa a uma alta de 0,79%, aos 108.407,54 pontos, novo recorde de fechamento. A decisão de política monetária o Federal Reserve e a entrevista coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell, foram os principais eventos do período, chegando a gerar volatilidade por alguns momentos. O Fed cortou os juros dos Fed funds em 0,25 ponto porcentual, como esperado nos mercados, mas inicialmente houve dúvidas quanto à interpretação dos sinais emitidos pela instituição. Ao longo da entrevista coletiva, Powell trouxe melhora de ânimo aos mercados de ações ao indicar que a instituição ainda pode promover novo corte de juros, apesar dos sinais de melhora da economia, como os indicados pelo Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre do ano, acima do esperado. Pela manhã os investidores optaram pela cautela antes do anúncio do Fed e dos ruídos políticos no Brasil. Assim, o Ibovespa chegou a cair 0,87%, quando atingiu a mínima de 106.622,01 pontos. À tarde, os ganhos se acentuaram gradativamente à medida que as bolsas americanas se firmavam em terreno positivo e os juros dos títulos do Tesouro americano recuavam. "O Fed promoveu uma virada no mercado brasileiro, que vinha operando com cautela, até pelo dado do PIB americano ter indicado aceleração maior que o esperado. Mas a mensagem foi de que novo corte não está descartado, apesar dos sinais de que a política expansionista já teria promovido os efeitos desejados", explica Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos. Passado o evento internacional, as atenções se concentram agora na decisão de política monetária do Banco Central brasileiro, às 18h, para a qual se espera corte de 0,50 ponto na taxa Selic, outro fator de bom humor para o mercado de ações, mas que já estaria precificado. Para a analista da Toro, a perspectiva é de que o mercado de ações já precificou esse ajuste na taxa básica, descartando interferência nos preços. Na análise por grupos de ações, o destaque do dia ficou com os papéis do setor imobiliário, que reagiram não apenas à expectativa de corte da Selic, mas também ao anúncio da Caixa Econômica Federal de reduzir os juros cobrados em financiamentos imobiliários. Foi a segunda redução de juros anunciada pela Caixa em menos de um mês. O Imobiliário (IMOB), que reúne 14 ações de empresas do setor de construção civil, intermediação imobiliária e exploração de imóveis, fechou em alta de 1,78%, bem acima do Ibovespa.