As bolsas de Nova York fecharam em alta o pregão desta segunda-feira e o S 500 renovou máximas históricas, tanto intraday quanto no fechamento, com os principais índices impulsionados por menores preocupações com a guerra comercial e outros focos de atenção geopolíticos, como Brexit.
O S 500 fechou em alta de 0,56%, a 3.039,42 pontos, acima da máxima histórica mais recente, registrada em 26 de julho. O Nasdaq, que se encaminhava para um novo recorde, terminou abaixo da maior pontuação de sua história, mas no maior nível desde 26 de julho. O índice subiu 1,01%, a 8.325,99 pontos. O Dow Jones avançou 0,49%, a 27.090,72 pontos.
No início de uma semana importante no exterior, que traz a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, além do relatório de empregos (payroll) na sexta-feira, o comércio foi o driver para o apetite por risco.
Na última semana, Washington anunciou avanços rumo à sinalização de seções do acordo de "fase 1" com Pequim e, nesta segunda, Trump reiterou que a assinatura poderia ocorrer na APEC Chile 2019, entre 16 e 17 de novembro. A redução de riscos geopolíticos foi sinalizada também pelo adiamento da data do Brexit, que aconteceria nesta quinta-feira, para janeiro.
Além do comércio, há expectativa de afrouxamento monetário do Fed na quarta-feira, que permitiu que os subíndices de tecnologia e de serviços de comunicação do S 500 liderassem a alta (+1,26% a 1,17%, respectivamente).
A LPL Financial lembra, ainda, que a temporada de balanços tem mérito nos avanços das bolsas. O destaque foi a surpresa com AT (+0,10%), que chegou a subir mais de 4%, mas a consultoria especializada em ações aponta que os resultados de forma geral, embora modestos, estão acima das expectativas. Até o momento, 200 das empresas do S 500 divulgaram balanços e quase 80% superaram as projeções. "Mesmo em meio à incerteza comercial, vemos crescimento contínuo para a economia americana em 2020 e além", diz o estrategista de ações da LPL, Jeffrey Buchbinder.
Para a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, as bolsas poderiam avançar ainda mais, já que o atual momento do ciclo não parece o fim da expansão econômica ou dos ganhos de capital. Isso porque o fim de um ciclo econômico é normalmente marcado pelo aumento de preços de commodities, salários em rápido crescimento e alta de juros para evitar superaquecimento. "Hoje nada disso é evidente. De fato, é exatamente o oposto. Um resultado potencial é uma continuação do crescimento lento e um mercado de ações que pode crescer mais", destaca o diretor administrativo do BlackRock, Tony DeSpirito.