Para Humberg, a jornada online e física têm que se integrar, pois cada cliente é único, então é necessário que o empresário faça essa ponte, utilizando o ponto físico como coleta de dados. ;Você sabe tudo o que ele [cliente] levou, mas e o que ele deixou? Entendendo esses dados, que está super disponível, a gente consegue entender e melhorar os feedbacks;, apontou.
A transformação digital agarrou o comércio brasileiro e mundial, transformando as compras e experiências dos consumidores e empresário. Chamadas de ;unicórnio;, as startups que são avaliadas em mais de U$$ 1 bilhão antes de ter ações na bolsa de valores, são as grandes inspirações para o setor franchising.
A Ebanx, empresa de pagamentos online curitibana e primeiro unicórnio fora do eixo Rio-São Paulo, possui mais de 1000 clientes como Spotify, Airbnb e AliExpress. O sócio e diretor de marketing da empresa, André Boaventura, apontou que é muito importante observar a perspectiva de compras brasileiras. ;O Brasil é um dos únicos países no mundo que tem pagamento em boleto e nós fazemos isso. Nós também parcelamos compras de R$50 reais e nenhum país entende essa dinâmica de compras que existe aqui;, disse.
[SAIBAMAIS]Para Marcelo Marques, co-fundador e managing director da Mobly, maior e-commerce de móveis e artigos para casa da América Latina, o futuro do varejo é transformar as lojas físicas em experiências para os clientes, com ambientes diferenciados e interativos. ;Somente gerenciar os dados ficou pra trás. Os algoritmos é que fazem a total diferença, pois substituem anos e anos de treinamento [de funcionário]. Uma loja completamente automatizada, com reconhecimento facial do comprador quando ele entra na loja e aparece no tablet do seu funcionário, puxando todos os dados da última compra, faz com que possa oferecer produtos mais direcionados;, afirmou.
Entretanto, segundo Boaventura, o grande desafio da transformação digital não é tecnológico e sim cultural. ;A economia digital não é só o aplicativo, é a anatomia de base dela da empresa, é a cultura corporativa e o que tem em volta. As pessoas devem se sentir empoderadas para poder arriscar e aceitar o erro como parte do processo de aprendizagem. se nos últimos 60 dias não conseguir uma porção de falhas você não está inovando em nada. não existe como construir alguma coisa sem erros, é impossível;, avaliou.
Para os franqueadores, o conceito de escalabilidade é aumento de loja. Entretanto, no e-commerce é evitar o máximo de custos e conseguir o máximo de retorno. Para Marques, levar esse conceito para as franquias é começar com um pensamento, uma ideia, uma hipótese diferente que faça aumentar o lucro em curto prazo. ;Como vou colocar a marca 1% mais lucrativa e sustentável?;, questionou.
No ponto de vista de Humberg, é preciso pensar em como deixar o ponto de franquia mais atrativo, multimídia e instagramável. ;A gente tem esse desafio, principalmente por conta da geração millenial, que está dentro de casa com um tablet na mão e não precisa de interações sociais. Precisa pensar em como fazer essa pessoa se conectar para que ela possa sair da zona de conforto;, avaliou.