Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), Edson de Castro, a expectativa é de que aproximadamente R$ 16 milhões sejam gastos nas lojas da cidade. ;É pouco dinheiro para fazer aplicação, portanto a gente espera que seja usado em consumo e pagamentos de contas. As maiores dívidas são com cartões de crédito, que hoje representam mais de 96% das compras no comércio. Assim, se as pessoas pagam essas dívidas, também beneficiam o comércio;, disse.
Na avaliação dele, as compras no segundo semestre, em geral, sempre são mais fortes que no primeiro, pois as pessoas não têm tantas contas para pagar, como impostos e dívidas de início de ano. ;Vamos ter agora a ;Black Friday; e logo após, o Natal. É um dinheiro muito bem-vindo na economia e esperado para as vendas de fim de ano. Todo mundo (o comércio) está preparado para esse crescimento. Acreditamos que todas as verbas liberadas pelo governo este ano impulsionarão essas vendas, pois ajudaram muito a população a diminuir os seus ativos;, afirmou.
A esperança de José Honorato, 55 anos, é de que a loja que ele gerencia, na Rodoviária do Plano Piloto, siga o mesmo movimento das primeiras fases de liberação do FGTS, ocorridas no meio do ano e que animou bastante o comércio. ;Temos que aguardar, pois muitas pessoas vão pagar contas, mas a expectativa é de que tenha algum aumento, como a gente viu antes;, afirmou.
Até as 14h desta sexta-feira (18/10), primeiro dia de saque para este grupo, a casa lotérica da Rodoviária tinha registrado 108 saques de contas, atendendo aproximadamente 90 pessoas. A gerente do estabelecimento, Elizangela Nascimento Faria, afirmou que a tendência é de o movimento dobrar ao longo de todo o tempo de liberação do dinheiro. ;Da outra vez, diariamente fizemos pagamentos. São saques de todos os valores possíveis, até R$ 500;, contou.
A auxiliar de serviços gerais Juciara Silva Santos, 46, moradora do Riacho Fundo 2, já foi até a lotérica para sacar o que tinha direito do FGTS. Segundo ela, apesar de ter conta na Caixa, não teve como retirar o dinheiro, pois havia perdido o cartão. ;Vou pagar algumas dívidas e comprar coisas para casa;, afirmou. Regina dos Reis Oliveira, 38, moradora do Pedregal, chegou à agência do Conjunto Nacional portando o Cartão Cidadão e a senha, achando que poderia sacar o dinheiro. Entretanto, a auxiliar de serviços gerais nasceu em março, então só poderá fazer o saque a partir de 8 de novembro. ;Vim aqui saber como funciona. Eu tenho três contas inativas e pretendo viajar no fim do ano com esse dinheiro;, disse.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira