Sob seu comando, o Bradesco se consolidou como o maior banco privado do Brasil, posição que só perdeu após a fusão de Itaú e Unibanco, em 2008. No início dos anos 1990, Brandão também passou a acumular a presidência do conselho de administração da instituição. Saiu do cargo em 2017, função que passou a ser exercida por Luiz Carlos Trabuco Cappi ; que era o presidente executivo, cargo que passou para Octávio de Lazari Júnior.
Nascido em Itápolis (SP), começou como escriturário ainda na Casa Bancária Irmãos Almeida, em 1942. Um ano depois, a instituição foi comprada pelo Bradesco.
Lázaro esteve à frente do Bradesco em alguns dos períodos mais difíceis da economia do país, como o de hiperinflação do governo José Sarney e o do Plano Collor, ao qual se seguiu o impeachment do ex-presidente da República. E viu a estabilização da moeda por meio do Plano Real.
O corpo do executivo foi velado no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, onde houve também a cerimônia de despedida e de cremação. Deixou mulher, duas filhas e um neto.
Caminhada harmônica
O diretor-presidente dos Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa, lastimou a morte do executivo: ;Recebi essa notícia com extremo pesar. Aproveito para ressaltar a grande amizade de Lázaro Brandão e Amador Aguiar com os fundadores dos Associados, fundamental para fazer nossas empresas caminharem juntas e em harmonia;.
Em nota, Octávio de Lazari disse que Brandão marcou não apenas a história do banco, "mas também a história pessoal de todos nós". No mundo empresarial, segundo o executivo, Brandão firmou posição de liderança e tornou-se referência, com seu estilo "calmo, discreto, mas decidido".
Luís Carlos Trabuco, por sua vez, afirmou, em comunicado, que o sistema financeiro perde "um dos mais ilustres e tradicionais representantes. Foi uma honra trabalhar, conviver e ser inspirado por esse ícone;.
O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, destacou o "legado inestimável" deixado por Brandão e o fato de ele ter construído uma das culturas mais sólidas de um grupo corporativo no Brasil. E o presidente do Itaú Unibanco, Cândido Botelho Bracher, afirmou em nota que "seu Brandão foi personagem-chave (...) para o desenvolvimento da economia brasileira nas últimas décadas".