O ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ricardo Berzoini, lamentou a morte do ex-presidente do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão. O economista faleceu nesta quarta-feira, 16, aos 93 anos, devido a complicações de uma cirurgia de diverticulite - uma inflamação interna do intestino.
Berzoini, que comandou a entidade entre 1994 e 2000, disse que Brandão foi uma "exceção" entre os banqueiros. Segundo o sindicalista, o ex-presidente do banco era solícito e aberto a diálogos e negociações com os sindicalistas. "Era uma pessoa muito objetiva, acessível e sempre correta do ponto de vista sindical", relembra.
Na visão de Berzoini, Brandão "mudou o perfil do Bradesco" e tornou o banco uma referência para os demais concorrentes. "Por exemplo, se havia um reajuste, os demais usavam como referência para não perder profissionais ou não ter problemas com o sindicato", explica.
O ex-presidente do sindicato lembra também a compra do BCN, em 2007; na época, Brandão teria prometido a Berzoini que não demitiria funcionários por conta da fusão das empresas. "Acompanhamos por muitos anos e, fora o pessoal que queria sair ou era demitido por justa causa, não houve demissões", afirma.
Lázaro de Mello Brandão faleceu no começo desta quarta-feira, 16. Ele dedicou 76 anos da sua vida ao Bradesco; 18 na presidência, entre 1981 e 1999. Depois, ficou na presidência do conselho de administração do banco até 2017. O administrador e economista deixa a mulher, duas filhas e um neto.