O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), terminou a sessão em queda. Com cenário externo conturbado, encerrou o dia abaixo dos 100 mil pontos, com recuo de 0,59%, a 99.981 pontos. O dólar comercial também operou em baixa, mas conseguiu amenizar perdas no fim da tarde. Fechou cotado a R$ 4,091, em baixa de 0,31%.
O índice virou para queda com o anúncio dos Estados Unidos da restrição da concessão de vistos a funcionários do governo chinês e seus familiares. ;Acabou o otimismo dos investidores em relação às negociações entre os Estados Unidos e China que estão por vir. Mais uma vez os norte-americanos subiram o tom e aparentemente não teremos uma resolução da guerra comercial, com essa escalada mais forte;, afirmou o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.
Isso reduziu o otimismo interno, que operava com a expectativa de que governo e o Congresso cheguem a um acordo sobre o leilão da cessão onerosa do pré-sal. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), anunciou acordo sobre a distribuição dos R$ 106,5 bilhões do megaleilão do pré-sal, em novembro, e disse que o segundo turno da votação da Previdência no Senado deve sair em 22 de outubro.
O analista da Austin Rating, Alex Agostini, considera que internamente o cenário caminha bem. ;O entendimento no Congresso em relação à distribuição da cessão onerosa teve bom encaminhamento, e esse é um ponto que trava a reforma da Previdência. Mas a retaliação do governo americano trouxe mais tensão para a reunião, que deve acontecer na quinta-feira com os chineses.;
- França ameaça acordo com UE
A França, uma das maiores economias da Europa, está impondo barreiras para a concretização do acordo de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia, firmado no fim de junho. ;Não podemos assinar o acordo de comércio com um país que não respeita a Floresta Amazônica, que não respeita o Acordo de Paris. A França não vai assinar o acordo com o Mercosul nessas condições;, afirmou a ministra do Meio Ambiente do governo Emmanuel Macron, Élisabeth Borne, em entrevista ao canal televisivo BFM. Procurado, o Ministério da Economia não comentou o assunto. O Itamaraty informou, por meio de nota, que ;não há, até o momento, registro de oposição formal ao acordo Mercosul;União Europeia, a não ser declarações informais de alguns funcionários de governos europeus;.