O dólar no mercado à vista acelerou a queda e renovou mínimas nesta sexta-feira, 4, após os dados de criação de empregos e de salário médio por hora em setembro nos Estados Unidos terem vindo piores que o esperado no relatório de empregos, o payroll. Em setembro, a economia americana criou 136 mil empregos, abaixo da previsão de 150 mil. A taxa de desemprego caiu para 3,5%, ante estimativa em 3,7%. E o salário médio por hora recuou 0,04% ante agosto, enquanto a previsão era de alta de 0,20%.
No mercado à vista, seguindo a ampliação paralela da queda do dólar ante divisas emergentes no exterior, a moeda americana registrou mínima em R$ 4,0671 (-0,54%) por volta das 9h40. Já o dólar para novembro teve mínima em R$ 4,0745 (-0,45%).
Os dados sobre o mercado de trabalho dos EUA devem balizar as apostas de cortes de juros norte-americanos nas duas últimas reuniões do ano, no fim deste mês e em dezembro.
No CME Group, as apostas para a reunião de 29 e 30 de outubro são majoritariamente (90,3%) de um corte de 0,25 ponto porcentual, para 1,50% a 1,75%, e, para o encontro de dezembro, a probabilidade de uma nova redução, fazendo com que a taxa dos Fed funds caia para a faixa de 1,25% a 1,50%, é estimada em 50,7%.
Nesta quinta-feira, 3, o temor de forte desaceleração global colocou o dólar abaixo dos R$ 4,10 e os juros futuros renovaram mínimas históricas, com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 pela primeira vez abaixo dos 6%, em 5,98%.
Para o encontro do Copom no fim deste mês, a curva de juro a termo precifica cerca de 89% de chance de corte de 50 pontos-base da Selic, para 5,00%, segundo cálculos da Quantitas Asset.
No cenário doméstico, as atenções seguem nas articulações pela reforma da Previdência, na votação em segundo turno no Senado. Para acabar com a "guerra" aberta entre o Senado e a Câmara que ameaça desidratar ainda mais a economia da reforma da Previdência, o governo propôs a divisão do dinheiro do megaleilão de petróleo da área do pré-sal também com senadores e deputados por meio do aumento de recursos para emendas parlamentares, o que pode ser visto como positivo pelo mercado, para concluir a reforma, segundo operadores de renda fixa. Contudo, a informação não foi bem recebida pela cúpula do Congresso.