O nível de endividamento do brasileiro atingiu em setembro o terceiro maior patamar da série histórica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esta é a nona alta seguida do índice, que atingiu 65,1% das famílias brasileiras, contra os 64,8% registrados em agosto. Foi também o maior resultado desde julho de 2013, informou a CNC.
Os números da inadimplência na pesquisa da CNC indicaram que as famílias de menor renda são as que mais estão sendo mais afetadas por contas ou dívidas em atraso. O porcentual de inadimplência dessa categoria passou de 27,4% em agosto para 27,6% em setembro.
Já a faixa mais alta, com renda superior a 10 salários mínimos, registrou queda na inadimplência para 10,8%, ante 10,9% no mês anterior. No total, a fatia das famílias brasileiras com contas ou dívidas em atraso subiu para 24,5% em setembro, contra 24,3% em agosto.
O porcentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso aumentou na comparação mensal, de 9,5% para 9,6% em setembro, mas caiu na comparação com um ano na ordem de 9,9%. Os que mais aumentaram o endividamento foram as famílias que estavam menos endividadas, apontou a CNC, passando de 23,5% para 28%, na comparação com o mesmo período de 2018.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, apesar dos números, as famílias se mostraram mais otimistas em relação à capacidade de pagamento. "A perspectiva de renda extra com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ajuda a explicar esse resultado", disse.
O cartão de crédito foi apontado como um dos principais motivos para as dívidas dos brasileiros, em comparação com o cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal e prestações de carro. O cartão de crédito é responsável por 79,5% das dívidas das famílias, seguido pelos carnês, com 15,5%, e financiamento de carro, com 9,7%.
Entre as famílias de baixa renda, o cartão de crédito chega a atingir 80% das dívidas, revelou a economista da CNC Marianne Hanson.