O Escritório do Representante Comercial (USTR, na sigla em inglês) dos Estados Unidos divulgou comunicado nesta quarta-feira, após o país vencer uma disputa com a União Europeia e receber aval da Organização Mundial de Comércio (OMC) para impor US$ 7,5 bilhões em tarifas contra produtos do bloco. O governo americano qualificou esse montante como o maior já definido em retaliações permitidas pela OMC, nesse caso por causa de subsídios europeus à Airbus. O USTR diz que as tarifas devem afetar "uma série de importações" da UE, com a maioria delas tendo como alvo produtos de França, Alemanha, Espanha e Reino Unido, "os quatro países responsáveis pelos subsídios ilegais".
O processo se arrasta há 15 anos e foi calculado a partir de perdas que a concorrente Boeing teve no setor por causa do apoio dado à Airbus. A nota americana lembra que a decisão é final e a UE não poderá apelar.
"Embora o USTR tenha a autoridade para aplicar uma tarifa de 100% sobre os produtos afetados, neste momento as elevações de tarifas serão limitadas a 10% sobre aviões civis de grande porte e 25% sobre produtos agrícolas "e outros", diz o texto. "Os EUA têm a autoridade para elevar as tarifas a qualquer momento, ou mudar os produtos atingidos", ressalta a nota.
Os EUA ainda pediram uma reunião na OMC em 14 de outubro para que seja avalizada a punição contra os produtos da UE. Pelas regras do órgão, a OMC deve dar autorização automaticamente para isso nessa reunião, sem a possibilidade de que o bloco europeu retalie, lembra o comunicado. As tarifas devem entrar em vigor em 18 de outubro.
O USTR divulgou ainda uma extensa lista de produtos atingidos. Além dos aviões civis, whisky irlandês, café, azeite, queijo e biscoitos estão na lista. Há ainda carne suína congelada, exceto cortes do varejo, alguns pedaços de carne de porco e vários outros itens.