Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas de NY fecham em queda, após dado da indústria dos EUA piorar humor

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta terça-feira. Os índices acionários chegaram a subir no início do dia, mas o humor piorou após um dado negativo do setor industrial dos Estados Unidos, que reacendeu os temores sobre o fôlego na economia do país e do mundo em geral. O índice Dow Jones fechou em queda de 1,28%, em 26.573,04 pontos, o Nasdaq recuou 1,13%, a 7.908,68 pontos, e o S 500 teve baixa de 1,23%, a 2.940,25 pontos. As praças chegaram a abrir em alta no início do pregão, lideradas pelo setor de tecnologia e diante da avaliação de que não havia notícias negativas envolvendo as negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Além disso, o quadro melhorou ainda pela manhã, após o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA subir de 50,3 em agosto a 51,1 na leitura final de setembro, segundo a IHS Markit. Mais para o fim de manhã, porém, o índice de atividade industrial dos EUA do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 49,1 em agosto a 47,8 em setembro, na mínima desde junho de 2009 e bem pior que a projeção de 50,1 dos analistas. Nessa pesquisa, leituras abaixo de 50 apontam para contração da atividade. Depois do indicador, as bolsas de Nova York perderam força e se firmaram em território negativo. O BMO Capital Markets destaca que os detalhes no dado também foram fracos, com uma queda no subíndice de emprego e também no de novas encomendas de exportação. Para o Barclays, o quadro sugere que a produção industrial nos EUA deve seguir fraca nos próximos meses. Além disso, temores sobre o quadro global voltaram a influenciar. A Organização Mundial de Comércio (OMC) cortou sua projeção de expansão no comércio mundial em 2019 de 2,6% para 1,2%, reduzindo a de 2020 de 3% em abril para 2,7% agora. Em relatório, a Capital Economics adverte que o setor industrial global "não está fora de risco", notando que um avanço recente no setor globalmente se deve a um salto na leitura da China, mas que isso não deve se sustentar. Ações ligadas à indústria estiveram entre as maiores baixas em Nova York, com Boeing em queda de 1,45%. O setor de energia também se saiu mal, com Chevron em queda de 2,18% e ExxonMobil, de 2,35%. Bancos tampouco tiveram bom desempenho, com Goldman Sachs (-2,19%), JPMorgan (-1,82%) e Citigroup (-1,35%) entre as pressionadas. No setor de tecnologia, o sinal foi igualmente negativo, mas o papel da Apple foi na contramão da maioria e subiu 0,28%, com analistas ainda mostrando otimismo sobre sua trajetória. Já Microsoft perdeu 1,41% e Intel, 1,49%.