A maioria dos países latino-americanos terá "deterioração modesta" do perfil fiscal em 2020 e o Brasil, junto com Argentina e Costa Rica, continuará a apresentar um dos perfis mais fracos, com um aumento modesto do endividamento e estabilização do encargo com juros. A avaliação foi pela Moody's, em relatório.
Segundo a agência de classificação de riscos, o endividamento e o custo elevados desses débitos no Brasil, assim como na Argentina e na Costa Rica, continuarão pressionando o rating soberano do País. "Os riscos podem diminuir no Brasil, à medida que o governo aprova reformas para enfrentar os desequilíbrios fiscais estruturais", ponderou a Moody's.
Já em relação à Argentina, a agência que o perfil fiscal "é altamente vulnerável a choques e a trajetória será afetada pela incerteza sobre as políticas econômicas do próximo governo". Sobre a Costa Rica, a Moody's avalia que "déficits fiscais persistentes levarão a um aumento constante do ônus da dívida, com o risco de derrapagem fiscal exacerbando os riscos de liquidez do governo".
Por outro lado, Peru, Chile, Paraguai e México terão os mais fortes perfis fiscais, refletindo pontos de partida melhores e a expectativa de aumentos moderados em suas métricas de dívida, dia a agência de risco.
De acordo com a Moody's, custos maiores com dívidas deixam as economias da região com uma capacidade reduzida de gerenciar choques e empregar políticas fiscais anticíclicas. "A evolução dos perfis fiscais dependerá de fatores como crescimento, taxas de juros, taxa de câmbio e medidas políticas para lidar com os desequilíbrios fiscais".
"Embora existam diferenças regionais significativas, a tendência geral implica que os ratings soberanos latino-americanos tenham menos espaço fiscal para absorver choques, uma condição que poderia afetar materialmente os perfis de crédito em alguns casos", diz o vice-presidente da Moody's, David Rogovic, em nota.