Os dados foram divulgados pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (27/9). O saldo veio melhor que o déficit de R$ 18,7 bilhões esperado para o mês, de acordo com a pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Economia. No acumulado em 12 meses, o rombo nas contas do governo central é de R$ 115,2 bilhões, equivalente a 1,61% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A meta para 2019 é um déficit de R$ 139 bilhões.
De acordo com Mansueto Almeida, secretário especial do Tesouro Nacional, a expectativa da equipe econômica do Tesouro Nacional é de um resultado primário para 2019 entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões melhor que a meta. ;Eu não acredito em um déficit de R$ 139 bilhões. Além do empoçamento (quando as receitas estão previstas no orçamento mas não são executadas), algumas despesas terão impacto financeiro somente em janeiro do próximo ano. Amarramos tanto o orçamento que esperamos entregar um valor melhor;, destacou.
De janeiro a agosto deste ano, o déficit primário acumula R$ 52,124 bilhões, registrando uma queda real de 14,6% em relação ao mesmo período de 2018, quando as despesas superaram as receitas em R$ 58,739 bilhões. O resultado de 2019 é o melhor para o período desde 2015.
O secretário disse que o comportamento de queda do resultado acumulado do ano ocorreu em decorrência da redução de despesas. ;A gente sabe que tem o empoçamento, e, por causa da falta de receita fizemos um contingenciamento bem expressivo, que começou a ser revertido agora. Mas isso não significa que o dinheiro vai ser gasto;, explicou.
Para Almeida, no entanto, mesmo com uma queda, um resultado deficitário continua sendo negativo para o país. ;Enquanto o país tiver déficit não dá para comemorar nada. Resultado deficitário é muito ruim. Desde 2014 temos resultado primário negativo, em 2020 será o sétimo ano seguido com déficit primário. A situação fiscal ainda é bastante ruim;, afirmou.
O Tesouro Nacional e o Banco Central melhoram o resultado primário com um superávit mensal e acumulado no ano, de R$ 3,8 bilhões e R$ 80,6 bilhões, respectivamente. Por outro lado, o déficit da Previdência ficou em R$ 20,6 bilhões em agosto e acumula R$ 132,7 bilhões negativos nos primeiros oito meses do ano. Os números são em termos reais, ou seja, resultados corrigidos pela Inflação.
Entretanto, o déficit previdenciário, segundo o secretário, deve ser maior para o próximo ano, mesmo após a aprovação da reforma da Previdência. ;O que acontece é que temos um aumento grande de novos benefícios, talvez pelo medo do impacto da reforma. Então, em 2020 devemos ver um déficit maior que o deste ano;, analisou.