O percentual é ainda mais alto nas classes C, D e E, em que 71% não possuem o hábito de poupar. O costume também não é frequente na população mais rica, classes A e B, em que 54% não poupam.
A justificativa para não poupar varia de consumidor para consumidor. Entre os brasileiros que não pouparam nenhum centavo, 40% afirmaram que a baixa renda inviabiliza ter sobras no fim do mês. Outros 18% foram surpreendidos por algum imprevisto financeiro;15% fizeram gastos extras incomuns; e 13% reconhecem ter perdido o controle sobre os próprios gastos.
Das 800 pessoas entrevistadas pela pesquisa, apenas 22% foram capazes de poupar parte do salário, em torno de R$ 546,61 por poupador. O número de poupadores é semelhante ao de agosto de 2018, que girava em torno de 16%.
Os dados evidenciam que 61% das pessoas que conseguem poupar buscam proteger-se contra imprevistos, como doenças ou desemprego. Outros consumidores, 42%, justificam que poupam para garantir um futuro melhor para a família. Outra parcela poupa com a intenção de empreender, cerca de 14%. A aposentadoria como foco de reserva foi citada apenas por 16% dos entrevistados.
Entre as pessoas que pouparam, 42% contam que tiveram que usar ao menos parte da reserva em agosto para pagar contas do dia a dia. Outros 32% precisaram quitar dívidas e 26%, lidar com imprevistos.
Destino da reserva
O levantamento revela que o dinheiro poupado pelos brasileiros continua indo para a caderneta de poupança, citada por 66% dos entrevistados. Para 33% dos entrevistados a escolha é devido à facilidade de resgate a qualquer momento; e 21% pressupõem não ter dinheiro suficiente para outras aplicações.
A pesquisa, realizada em 12 capitais, foi respondida por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais.