"Precisamos mudar uma cultura nacional. O Brasil não tem foco em indicadores e temos de medir, de avaliar, e ter dados reais para que se possa fazer políticas públicas;, disse. A representante da ANS destacou que o país precisa avançar muito. ;A sociedade saiu do perfil epidemiológico, de doenças infectocontagiosas, para um perfil de doenças crônicas. No Brasil, no entanto, acumulamos os dois, porque temos uma sociedade bastante diversa em organização social;, alertou.
Lenise considerou muito interessantes as propostas do ministro interino da Saúde, João Gabbardo, que palestrou antes dela no evento, de ações conjuntas entre operadoras de planos de saúde e o sistema público. ;A saúde é uma só. Por um questão de organização, separamos em pública e privada, mas elas coexistem. Temos, sim, que melhorar a integração das duas, porque hoje o custo é muito alto e recai no bolso de todos nós;, assinalou.
Ações de prevenção também foram destacadas por Lenise. ;A saúde é nossa. Infelizmente, vivemos num sistema de tratar a doença e não de melhorar a saúde. Precisamos diminuir a cronificação e deterioração da saúde, e só a prevenção tem como minimizar isso;, destacou. A participação do beneficiário de planos, nesse caso, é fundamental, conforme ela. ;Precisamos do diálogo com a sociedade, para saber quais são as premissas e reclamações;, declarou.
Alto custo
Sobre o alto preço dos planos de saúde, Lenise reconheceu que o custo é alto. ;A manutenção e o atendimento são caros. É um conjunto de fatores que torna os planos caros. Não existe bala de prata para resolver este problema;, indicou.
Segundo ela, para reduzir custos, serão necessários mudar o modelo de pagamento, ampliar o autocuidado e buscar inovações dos atendimentos no Brasil e no mundo. ;Eu conclamo a sociedade para buscar alternativas sustentáveis. Não podemos fazer resoluções a toda hora. A riqueza do debate, da interação com a sociedade, é que vai nos possibilitar buscar alternativas e ações que vão resultar na queda de preços para todos.;