A diretora executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente, defendeu ontem, durante o programa CB Poder, uma parceria do Correio com a TV Basília, a segmentação dos planos de saúde. ;Defendemos que as operadoras tenham a possibilidade de oferecer diferentes planos e as pessoas possam escolher o que mais se adéque à situação;, disse.
Ela explicou que ;não seriam planos populares;. A ideia da segmentação, segundo Vera Valente, seria a de o cliente poder comprar um módulo só de consulta, só de terapia ou só de hospital. ;Seria você fazer a segmentação de acordo com as necessidades. Esse seria o caminho para trazer novos beneficiários.;
A diretora da FenaSaúde afirmou que a pressão por reajuste ocorre, com maior frequência, pela falta de novos beneficiários. Nos últimos anos, o aumento do desemprego e redução da renda, fez com que milhares de brasileiros tivessem que abandonar os planos por não ter como arcar com os altos custos da saúde.
Segundo ela, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está aberta ao diálogo sobre a possibilidade de segmentação. No entanto, ainda não existe uma previsão de quando isso pode ocorrer. ;A gente vem discutindo isso tanto com a ANS quanto em um âmbito maior. Tem que ser um debate democrático, ouvindo consumidores, o governo. Consideramos essa discussão muito oportuna, porque todos esses atores têm benefícios com isso;, avaliou.
Para Vera Valente, a medida funcionaria para dar mais liberdade ao mercado, aumentar a livre concorrência, e proporcionar planos de saúde à população menos abastada. ;Ao segmentar, você não vai impedir nada. O usuário vai poder escolher outros planos. Essa liberdade, com todas as fiscalizações necessárias para manter os direitos dos consumidores, pode ajudar esse consumidor;, afirmou. ;Não queremos tirar direitos, e sim dar mais direitos à população.;
Vera Valente ainda chamou atenção para o aumento do uso dos planos de saúde, apesar da queda dos beneficiários. Nos últimos três anos, o setor já perdeu mais de 3 milhões de usuários. ;Existe uma tendência do aumento do uso, que é explicável em função de serem pedidos cada vez mais exames, exames sofisticados. Existe uma cultura do modelo que a gente chama de hospitalocêntrico (o uso excessivo dos planos), e esse uso tem um custo;, destacou.
*Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira