A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou em 5,1% em setembro, mesmo resultado obtido em agosto (5,1%), segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Na média dos primeiros nove meses do ano, as expectativas para a inflação ficaram em 5,2%, o menor nível para o período desde o início da série, em 2006.
"Além do comportamento benigno do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, apurado pelo IBGE) nos últimos meses, a ausência de choques significativos durante as primeiras semanas de setembro contribuiu para a estabilidade da expectativa de inflação dos consumidores. Destacamos o nível da mediana dos consumidores com renda familiar mensal acima de R$ 9,6 mil, que agora se encontra em 4,0%, no patamar mínimo da série histórica e abaixo da meta oficial de inflação para este ano, de 4,25%", avaliou Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Na distribuição por faixas de inflação, 60,1% dos consumidores projetaram uma taxa dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação para 2019 (entre 2,75% e 5,75%). No mês anterior, esse porcentual era de 57,8% dos consumidores.
Na análise por faixas de renda, as famílias com renda familiar mensal entre R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil reduziram em 0,2 ponto porcentual sua expectativa para a inflação, para 4,7%. Já os consumidores com renda familiar entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil aumentaram a expectativa de inflação em 0,2 ponto porcentual, para 5,8%.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor, que ouve mensalmente mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.