O Banco do Japão (BoJ, pela sigla em inglês) está mais inclinado a adotar novas medidas de estímulo do que estava em sua reunião de política monetária anterior, em julho, afirmou hoje o presidente do BC japonês, Haruhiko Kuroda, num momento em que crescem as preocupações sobre a economia global.
"Se me perguntarem se estou mais positivo sobre relaxamento adicional em comparação à reunião anterior, minha resposta é sim", disse Kuroda em coletiva de imprensa que se seguiu ao anúncio de política monetária desta quinta-feira. "Não há sinal de recuperação nas economias externas."
Segundo Kuroda, os riscos externos estão crescendo, principalmente os relacionados a iniciativas protecionistas e fatores geopolíticos, mas o consumo doméstico e os planos de investimentos de empresas no Japão permanecem sólidos.
Mais cedo, o BoJ decidiu manter sua política monetária inalterada, mas ressaltou que irá acompanhar mais de perto as condições econômicas e de preços em sua próxima reunião, marcada para 30 e 31 de outubro.
Kuroda reiterou que as opções de relaxamento adicional do BoJ incluem cortar ainda mais a taxa de depósito - atualmente em -0,10% -, reduzir a meta de 0% para o rendimento do bônus do governo japonês (JGB) de 10 anos, ampliar suas compras de ativos e expandir a base monetária em ritmo mais acelerado. Ele destacou, no entanto, não haver necessidade de mudar a atual estrutura da política.
"Não vamos hesitar em tomar medidas de relaxamento, se necessário", disse Kuroda, acrescentando que o BoJ vai considerar os custos e benefícios de medidas adicionais e é a favor de uma curta de juros dos JGBs "ligeiramente mais inclinada".
Kuroda também comentou que o BoJ precisa ficar mais atento ao risco de que o ímpeto dos preços não se perca. A meta de inflação do BC japonês é de 2%, mas o núcleo do índice de preços ao consumidor - medida preferida da instituição - teve alta anual de apenas 0,6% em julho. Com informações da Dow Jones Newswires.