Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a desigualdade aumentou no país no segundo trimestre de 2019. Enquanto famílias de renda muito baixa registram um recuo de 1,4% nos rendimentos médios reais no período, o segmento mais rico da população teve alta salarial de 1,5%. O levantamento foi divulgado ontem na seção de Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Ipea.
O documento ressalta que a diferença salarial entre os domicílios mais ricos e os mais pobres é, em parte, explicado pelo aumento mais forte da inflação nas classes de renda mais baixa. De acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, essa parcela da população foi mais impactada pelos reajustes de energia elétrica, tarifas de ônibus e medicamentos, no período em questão.
Por faixa etária, de acordo com o estudo, apenas o segmento dos trabalhadores com mais de 60 anos não apresentou recuo na taxa de desocupação no segundo trimestre, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Entre os trabalhadores mais jovens, ainda que com patamar elevado, o desemprego apontou maior retração em termos absolutos, passando de 26,6% para 25,8%, entre 2018 e 2019.
Ao contrário dos trimestres anteriores, em que a queda da desocupação entre os jovens era decorrente, sobretudo, da contração da força de trabalho, entre abril e junho deste ano, a expansão de 1,7% da ocupação foi a principal responsável por esta melhora de desempenho.