Temores com efeitos dos ataques de drones a unidades de processamento de petróleo na Arábia Saudita no fim de semana dão norte para a bolsa brasileira, à medida que geram incertezas sobre a escalada das tensões geopolíticas. No entanto, a ofensiva assumida por rebeldes houthis do Iêmen - que são apoiados pelo Irã -, impulsiona as ações do setor petroquímico, sobretudo as da Petrobras.
Em Nova York, os ADRs da estatal avançam na faixa de 3% esta manhã, enquanto o petróleo, que chegou a subir quase 20%, avança acima de 10% esta manhã.
Após abrir em alta e passar a cair, o Ibovespa operava perto da estabilidade (alta de 0,03%), aos 103.527,91 pontos, às 11h12.
Preocupações com a China, após dados fracos de atividade, também incomodam investidores de Vale, cujas ações cedem. Esses dois papéis ainda tendem a movimentar a B3 principalmente esta manhã por causa do vencimento de opções sobre ações, o que traz instabilidade.
Se houver queda na Bolsa, pontua um operador, não deve ser grande. "Temos de monitorar como será o tamanho da opção e qual o volume que atingirá o exercício. A tendência é que as ações de petroquímicas subam", estima, acrescentando que os ataques podem não passar despercebidos esta semana nas decisões de política monetária dos EUA, Brasil, Reino Unido e Japão.
O economista-chefe da ModalMais, Álvaro Bandeira, acrescenta ainda que o fato de as autoridades terem agido rapidamente após os ataques pode minimizar expectativas de perdas nas bolsas. "Certamente isso preocupa, mas o efeito pode ser minorado. Em contrapartida, os dados da China assustam um pouco", afirma.
Nesta segunda-feira, a China - principal importador de minério do Brasil - divulgou indicadores que ficaram aquém do esperado. A cotação da commodity fechou em baixa de 0,86% no porto de Qingdao.
Já a produção industrial teve crescimento anual (4,4%) em agosto ante previsão de 5,2%, reforçando preocupações sobre o ritmo de desaquecimento, mas também podem alimentar expectativas de que Pequim mantenha agressivas medidas de estímulos para conter a desaceleração doméstica. Conforme o premiê chinês, será "muito difícil" o país atingir crescimento de 6,0% ao ano.
Por enquanto, o consenso é de que é preciso esperar para saber a magnitude dos ataques sobre as economias, sobre as expectativas dos investidores. "Tem de avaliar para ver se terá desdobramento, mas isso, sem dúvida, levam a alguma busca por proteção, afetando preços de commodities e o dólar", avalia Bandeira.