O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil vem de anos de desaceleração econômica decorrente do descontrole de gastos públicos, alta carga tributária e outros "infortúnios", que levaram à estagnação. Em entrevista a correspondentes estrangeiros no Rio, ele criticou as cobranças ao governo Jair Bolsonaro em relação a uma retomada imediata, após anos de "crescimento perdido" e disse ver um cenário mais favorável para 2020.
"Nunca falei que a economia ia crescer este ano", disse, destacando que sabia que o Produto Interno Bruto (PIB) não poderia atingir os 2,5% que embasaram a proposta de orçamento entregue pelo governo Temer para 2019 no ano passado. O ministro procurou passar uma visão otimista sobre a economia em 2020.
"Acho que tem uma boa chance de o País se mover bem no ano que vem. 2,5%? 1,0%? 1,5%? Não sei. Já no segundo semestre vamos estar melhores do que no primeiro semestre", afirmou.
Paulo Guedes pediu "um ano ou dois" para tentar consertar "a destruição financeira" que foi feita no Brasil, com a quebra de empresas como Petrobras e Eletrobras. O ministro disse ainda que quer fazer a coisa certa e que o déficit vai ser "o que for possível".
"Gostaria que fosse zero. Agora, vai ser o menor dos últimos cinco anos. No primeiro semestre, foi o menor déficit nominal dos últimos cinco anos e geramos mais empregos. Então, estamos fazendo a nossa parte", disse.
Mencionando a Operação Lava Jato, Guedes criticou a imagem passada do Brasil no exterior e descartou ameaças ao regime democrático. "A democracia não está em risco. Isso é papo de perdedor. Quando ganham tudo bem, quando perdem a democracia está em risco. É conversa fiada", disse.