Hambúrgueres parecem não combinar com esse tipo de negócio, mas não é o que o rei do fast-food acha. Ainda mais em uma realidade que mostra um mercado cada vez mais competitivo e que precisa de ganhos de eficiência para conseguir deixar os concorrentes pelo caminho. Muitas vezes, isso só é possível trazendo tecnologia para dentro de casa, em vez de simplesmente comprar uma solução de prateleira.
Antes dessa aquisição, o McDonald;s já havia comprado a Dynamic Yield, empresa especializada em personalização e tecnologia de lógica de decisão. Em março, foi a vez de negociar uma participação de 10% na Plexure, o fornecedor do aplicativo da cadeia de lanchonetes.
Ao que tudo indica, o McDonald;s` não deve parar na Apprente. A companhia montou recentemente uma nova equipe interna chamada McD Tech Labs. Com isso, o objetivo é planejar a expansão da sua presença no Vale do Silício, na Califórnia, por meio da contratação de mais engenheiros, cientistas de dados e especialistas em tecnologia.
No caso da compra da Apprente, a expectativa é que a companhia consiga acelerar a experiência dos clientes com o apontamento dos pedidos feitos de forma mais rápida, simples e sem erros. Seria uma reação à concorrente Chick-Fil-A, uma rede conhecida por não abrir aos domingos e que vem conquistando elogios de clientes pela rapidez com que consegue fazer seu atendimento.
Essa é a área de atuação da Apprente. Nos últimos dois anos, a empresa vem trabalhando em soluções tecnológicas que incluem ;pedidos de conversação complexos, multilíngues, com vários sotaques e com vários itens.; Em outras palavras: no futuro próximo, um cliente brasileiro poderá fazer um pedido em português numa lanchonete da Alemanha e ser atendido por uma máquina que compreende todos os idiomas.
No McDonald;s, a tecnologia da Dynamic Yield tem sido usada para aprimorar o serviço e tornar o menu mais dinâmico com base na hora do dia ou no clima. O objetivo é levar a clientela a gastar mais. Até o fim do ano, essa tecnologia será integrada em quase todos os drive-thrus dos Estados Unidos e da Austrália. Não há previsão, porém, de chegada da inovação ao mercado brasileiro, um dos mais importantes para a rede de fast-food.
Por meio de um comunicado divulgado nesta quarta-feira (11/9), o presidente e CEO do McDonald;s, Steve Easterbrook, explicou o que está por trás da iniciativa: ;Construir nossa infraestrutura de tecnologia e recursos digitais nos permite atender às crescentes expectativas de nossos clientes, ao mesmo tempo em que torna mais simples e agradável para os funcionários atendê-los;.
O McDonald;s não está sozinho nesse movimento de aquisição de empresas de tecnologia. No mês passado, a Nike anunciou a compra da Celect. O objetivo seria atender consumidores de forma personalizada em escala global. A startup desenvolve ferramentas para fornecer insights e análises para empresas a partir de dados estruturados e não estruturados por meio de inteligência artificial e uma plataforma em nuvem.
Mesmo as empresas com origem no universo da tecnologia estão de olho em negócios complementares ou que façam sentido no futuro. Em junho, foi a vez de a Apple assumir a startup de direção autônoma Drive.ai.