O dólar à vista abriu em leve baixa nos negócios desta quarta-feira, 11, enquanto a moeda negociada no mercado futuro iniciou o dia em leve alta, neutralizada logo em seguida. A abertura em queda coincidiu com a divulgação dos dados de vendas no varejo em julho, que vieram melhores que o esperado pelos economistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Mas o mercado brasileiro deve dividir as atenções nesta sessão entre fatores internos e externos, o que não descarta certa volatilidade nas cotações do dólar.
Em meio ao compasso de espera pela reunião do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, 12, os investidores estarão atentos ao noticiário relativo à reforma da Previdência e a intenção da equipe econômica de criar um imposto nos moldes da antiga CPMF.
As bolsas europeias operam em alta desde o começo do pregão, com investidores voltando a mostrar otimismo com os esperados novos estímulos do BCE, deixando as incertezas do Brexit temporariamente em segundo plano. Na quinta, o BCE poderá lançar um pacote de medidas para ajudar a impulsionar o crescimento econômico e a inflação da zona do euro. As medidas podem incluir cortes de juros e a retomada de compras mensais de ativos.
Outro ponto de atenção é a política monetária do Federal Reserve, que decide sobre os juros básicos da economia americana daqui uma semana e cuja expectativa é de corte das taxas. Nesta quarta, o presidente Donald Trump defendeu que o Fed corte a taxa básica de juros para "zero ou menos". "Devíamos então começar a refinanciar a nossa dívida. O custo com juros poderia ser trazido muito para baixo, enquanto ao mesmo tempo se prolonga o prazo (de vencimento da dívida)", afirmou.
As declarações de Trump aparentemente não influenciaram os mercados de câmbio e o dólar opera em alta majoritária entre moedas fortes e mistas ante emergentes e exportadoras de commodities.
Para Jefferson Rugik, superintendente da Correparti Corretora, a definição do rumo do dólar dependerá em boa medida da divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) de agosto nos Estados Unidos. "É um indicador de inflação importante para as decisões do Fed e é possível que o dólar só defina tendência após as 9h30, com a divulgação dos dados", afirma.
Às 9h10, o dólar à vista era negociado a R$ 4,0691, na mínima do dia, em baixa de 0,65%. No mercado futuro, a divisa para outubro recuava 0,27%, aos R$ 4,0750. O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de moedas fortes, tinha alta de 0,29%.