O secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann, afirmou nesta quarta-feira, 11, que os investimentos no setor aeroportuário brasileiro devem somar R$ 8,6 bilhões entre 2019 e 2022, sendo que 65% desse montante virá do setor privado. "Não podemos contar com investimentos públicos no setor, precisamos atrair capital privado, notadamente estrangeiro", defendeu, em palestra no salão aeroespacial International Brazil Air Show.
Nesse sentido, Glazmann destacou que as concessões aeroportuárias são essenciais para sustentar os aportes no setor. "Desde a primeira rodada de concessão, em 2011, com o aeroporto de São Gonçalo do Amarante (Natal-RN), até a última, realizada neste ano, foram investidos R$ 20 bilhões", disse. Os contratos assinados somam ainda R$ 16 bilhões em Capex a ser executado nos prazos de concessão.
Em relação à concessão dos terminais em blocos, o secretário da SAC afirmou que o modelo foi visto mundialmente como "um grande acerto de política pública", tendo demonstrado que os blocos misturando aeroportos rentáveis e deficitários "param de pé" e têm viabilidade econômico-financeira.
Sobre as próximas rodadas, Glanzmann afirmou que serão leiloados no segundo semestre de 2020 mais 22 aeroportos, divididos em três blocos regionais.
Já a sétima e última rodada, prevista para o primeiro trimestre de 2022, envolverá os dois terminais considerados "a joia da coroa" da Infraero: Congonhas e Santos Dumont. Segundo o secretário da SAC, a princípio, esses dois aeroportos devem capitanear blocos distintos.
Metas
Glanzmann afirmou ainda que o governo federal estabeleceu como meta elevar para 200 milhões o número de passageiros transportados anualmente até 2025. Já em atendimento da malha aérea, o objetivo é atingir 200 cidades com voos regulares.
No ano passado, o País alcançou 117 milhões de passageiros transportados, enquanto o número de cidades atendidas ficou em torno de 110.
Glanzmann afirma que as metas são, de certa forma, ambiciosas, uma vez que os modelos econométricos mostram números um pouco inferiores. Porém, ele disse confiar no potencial do mercado aéreo brasileiro que, em suas previsões, pode crescer dois dígitos por ano a partir de 2020.
Neste ano, a taxa de crescimento deve ficar prejudicada pelo encerramento das operações da Avianca Brasil, que era a quarta maior empresa do País, observou.
Ainda de acordo com o secretário da SAC, a expectativa é encerrar 2019 com 150 cidades com voos regulares. Esse objetivo deve ser alcançado, segundo ele, principalmente com a expansão do sistema de "feeder".
Nessas operações, empresas menores que alimentam os voos de aéreas de grande porte - um exemplo é a recente parceria fechada entre a Gol e a companhia de táxi-aéreo Two Flex.