Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsa vai abaixo dos 100 mil pontos


Em meio ao cenário externo conturbado e indicadores negativos da indústria, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), operou em queda e voltou ao patamar abaixo dos 100 mil pontos. Encerrou o dia com recuo de 0,94%, aos 99.680 pontos. Após o bom resultado do PIB, acima do esperado, os dados da indústria decepcionaram investidores, desacelerando as expectativas de recuperação.

Os dados mais fracos da indústria americana também afetaram o mercado. De acordo com o Instituto para a Gestão da Oferta (ISM, sigla em inglês), o PMI da indústria caiu de 51,2 em julho para 49,1 em agosto, abaixo da expectativa de 51. Números abaixo de 50 indicam que o setor está em contração e alimenta o fantasma de uma recessão global.

;Hoje o mercado como um todo foi contaminado por muito mau humor. As principais bolsas fecharam negativas pela baixa liquidez do feriado nos Estados Unidos. O impasse no agendamento de reuniões entre americanos e chineses também contribuiu;, disse o economista da G2W investimentos, Ciro Almeida. Para ele, o medo mundial se acentuou com a divulgação do índice da indústria americano, indicando que essa guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo começa a afetar os EUA.

O dólar comercial se manteve praticamente estável, com leve variação negativa de 0,09%, a R$ 4,179. O Brexit voltou a ser fator de instabilidade para o câmbio. Isso somando à declaração do presidente americano, Donald Trump, no Twitter, de que se for reeleito o acordo comercial com a China será ainda mais duro.

O economista da BlueMetrix Ativos, Renan Silva, ressalta que a valorização do dólar está associada ao Brexit, que pode causar desvalorização do euro mais acentuada e uma corrida para a divisa dos EUA, além da possibilidade de recessão mundial.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira