A Petrobras afirmou que "está tomando as medidas cabíveis" para reverter a suspensão, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da oferta de R$ 3 bilhões em debêntures por até 30 dias. A decisão da autarquia veio após a diretora de Relações com Investidores da petroleira, Andrea Almeida, ter dado uma entrevista para a XP Investimentos, uma das coordenadoras da oferta. Ao mesmo tempo, a Petrobras concedeu aos investidores que já tenham aderido à oferta, "se assim desejarem", o prazo de cinco dias úteis para desistir do investimento.
No comunicado, a petroleira disse que está avaliando as consequências no cronograma estimativo da Oferta e que manterá o mercado informado "sobre ajustes que se fizerem necessários no âmbito da suspensão da oferta".
A Petrobras também disse, no mesmo texto, enviado na noite de ontem à CVM, "que o investidor deve basear sua decisão de investimento na documentação da Oferta (notadamente o Prospecto Preliminar e o Formulário de Referência da companhia) e nas informações divulgadas pela Emissora em decorrência de suas obrigações enquanto companhia aberta, desconsiderando eventuais manifestações por parte de seus representantes, as quais podem conter impressões pessoais não adstritas a aspectos técnicos e sem apresentar aos potenciais investidores os riscos inerentes aos valores mobiliários emitidos".
Pelas regras da CVM, as pessoas envolvidas em uma oferta pública são proibidas de se manifestar na mídia sobre a oferta até a divulgação do anúncio de encerramento de distribuição nos 60 dias que antecedem o protocolo do pedido de registro da oferta ou desde a data em que a oferta foi decidida ou projetada, o que ocorrer por último. A entrevista concedida no dia 27 de agosto foi veiculada no YouTube e por alguns veículos de comunicação.
De acordo com a CVM, a suspensão poderá ser revogada, dentro dos 30 dias, se as irregularidades forem corrigidas. Caso contrário, o pedido de registro da oferta será indeferido.
Essa seria a sétima emissão da companhia, no montante inicial de R$ 3 bilhões. A oferta previa a colocação de, no mínimo, R$ 1 bilhão, e a possibilidade de acréscimo de até 20%, ou seja, em até R$ 600 milhões.