Jornal Correio Braziliense

Economia

Sem reajuste ou concurso federal


Na luta para equilibrar as contas públicas, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, reafirmou, durante a divulgação do resultado fiscal da União, que o governo vai segurar reajustes salariais e concurso público por, pelo menos, três anos. O grande problema, segundo ele, não é a remuneração final da carreira, que muitas vezes ultrapassa os R$ 30 mil mensais. O nó está nos salários iniciais das carreiras de Estado (entre R$ 14 mil a R$ 19 mil) e da rapidez com que o funcionário chega ao teto. Além disso, alguns benefícios que foram recentemente criados ou ainda estão sendo reivindicados terão que ser analisados, disse.

;Foram criados os bônus de eficiência para a Receita Federal e os honorários de sucumbência para a Advocacia-Geral da União (AGU). Tudo isso tem que ser repensado dentro do contexto das carreiras. São práticas diferentes do resto do mundo. Se quisermos manter o país com nível de investimento, que já é baixo, não vejo nenhum espaço fiscal para aumento salarial ou concurso público nos próximos três anos. Aí, o governo segura e ganha tempo para fazer uma reforma administrativa. Os servidores tiveram quatro anos de aumento salarial acima da inflação;, afirmou.

Nos sete primeiros meses do ano, o deficit nas contas públicas, em termos nominais, ficou em R$ 39,1 bilhões, ou 13,4% abaixo do registrado no mesmo período de 2018. De acordo com o Tesouro Nacional, esse é o melhor resultado, desde 2014. Em julho, também foi registrada melhora, em relação ao ano passado. O deficit de R$ 6 bilhões é inferior aos R$ 7,5 bilhões do mesmo mês de 2018.

O Tesouro Nacional e o Banco Central foram superavitários em R$ 10,1 bilhões, no sétimo mês do ano. A Previdência Social (RGPS) teve deficit de R$ 16,1 bilhões. O resultado está acima das expectativas da pesquisa Prisma Fiscal do Ministério da Economia, que era de um rombo nas contas públicas de R$ 7,9 bilhões.

Para o secretário do Tesouro, embora o país venha tendo um crescimento muito lento, após dois anos seguidos de queda do PIB, ainda que, no ano que vem, o rombo nas contas públicas poderá ser entre R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões menor do que o projetado, de R$ 139 bilhões, ;se houver surpresas na arrecadação ou crescimento econômico;. Mesmo assim, Mansueto acredita que apesar das reformas estruturais e dos projetos de desburocratização para melhorar o ambiente de negócios, não será possível, até o fim desse governo, eliminar o deficit nas contas.