Jornal Correio Braziliense

Economia

Efeito Argentina limita alta do Ibovespa, que ainda sobe amparada por NY

A Bolsa mostrava fôlego limitado influenciada, indiretamente, por desdobramentos da crise na Argentina, mas subia amparada pelos bons ventos vindos de Nova York e por notícias locais mais positivas. Às 11h01, o Ibovespa ganhava 0,83%, aos 99.008,82 pontos enquanto o dólar voltava a subir, sendo cotado novamente a R$ 4,16. Em NY, os principais índices das bolsas tinham ganhos por volta de 1%. Agora pela manhã, o presidente argentino, Mauricio Macri, disse que o plano de adiar o pagamento da dívida, em especial de curto prazo, tem como objetivo "reduzir o risco" da inflação para a população ao "defender a estabilidade cambial no curto, médio e longo prazos". Analistas explicam que, quando fundos de países emergentes precisam de liquidez para suas aplicações - agora principalmente por conta da crise argentina -, acabam sacando do Brasil, o maior mercado financeiro da América Latina, desconsiderando o México. Ainda no exterior, os mercados internacionais refletem certo alívio nas tensões comerciais entre EUA e China. Mais cedo, autoridades chinesas afirmaram que seguem discutindo com os EUA o diálogo comercial marcado para setembro. De acordo com economistas do Bradesco, o mercado interpretou como um tom mais positivo que o observado nos últimos dias, quando a China negou a continuidade das conversas. Mais cedo, o clima positivo nos mercados internacionais e o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e americano fizeram com que o Ibovespa futuro renovasse máximas para tocar a marca dos 100 mil pontos, mas o ímpeto arrefeceu nas negociações no mercado à vista. O PIB brasileiro registrou alta de 0,40% no segundo trimestre de 2019 ante o primeiro trimestre de 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima da mediana, que era de 0,20%, e dentro do esperado pelos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que iam de uma queda de 0,20% a avanço de 0,50%. Na comparação anual, houve alta de 1,0%. Nos Estados Unidos o avanço, na margem, foi de 2%. Agora há pouco, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciaram um acordo para acelerar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela, formulada pelo Senado com alterações na reforma da Previdência, e votar o texto ainda este ano. Também o Tesouro Nacional anunciou que o déficit primário nas contas do governo central de R$ 5,995 bilhões em julho foi pouco maior que a mediana das expectativas do Projeções Broadcast, de R$ 5,4 bilhões, mas o melhor para o mês desde 2014. O Tesouro também mostrou que o ritmo de crescimento das receitas é maior que o das despesas. No ano até julho, as receitas do governo central subiram 1,1% ante igual período de 2018, enquanto as despesas caíram 0,9% na mesma base de comparação.