Jornal Correio Braziliense

Economia

Bolsas da Europa fecham mistas, com suspensão de Parlamento britânico

Os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta quarta-feira, 28, sem direção única, diante da autorização concedida pela rainha Elizabeth II ao primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de suspender o Parlamento até 14 de outubro. A medida gerou cautela no continente, e, junto aos persistentes temores de recessão, pressionou algumas bolsas do continente. A libra esterlina fraca, contudo, favoreceu empresas exportadoras negociadas em Londres. Na Itália, a aversão a risco foi reduzida pela expectativa da formação de um novo governo. Diante do cenário, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,05%, aos 372,70 pontos. Nesta quarta, Boris Johnson conseguiu autorização da rainha Elizabeth II para suspender as atividades do Parlamento britânico até 14 de outubro, medida que o mercado tem relacionado com a saída do Reino Unido da União Europeia. "A grande questão para os mercados é: esta decisão torna o Brexit sem acordo mais provável? Nós achamos que a resposta é sim", diz um relatório do ING divulgado a clientes. A notícia aumentou a instabilidade na Europa e derrubou a libra em mais de 1% durante a manhã, favorecendo companhias exportadoras negociadas na Bolsa de Londres. Por lá, o índice FTSE 100 subiu 0,35%, para 7.114,71 pontos, com ganhos de 1,39% da Rio Tinto. A alta do petróleo ajudou a impulsionar papéis da British Petroleum, que ganharam 2,19%. Na Itália, seguem as expectativas de que o Partido Democrático (PD) e o Movimento 5 Estrelas (M5S) formem uma coalizão, afastando a possibilidade de novas eleições. As forças políticas majoritárias do país negociam um nome consensual para substituir o ex-ministro Giuseppe Conte - sendo ele mesmo considerado para uma recondução - e impedir a ascensão do vice-primeiro-ministro Matteo Salvini. Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB fechou o dia estável, em 20.990,71 pontos. Para além das bolsas europeias anteriormente citadas e do mercado acionário de Madri, cujo índice Ibex 35 encerrou o dia subindo 0,21%, aos 8.747,10 pontos, os outros principais índices de ações fecharam o dia em queda, com a persistência de temores de recessão, devido ao recente aprofundamento da inversão da curva de juros dos Treasuries de dois e dez anos. O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, perdeu 0,25%, para 11.701,02 pontos, apesar da divulgação do índice GfK de confiança do consumidor na Alemanha, que ficou estável em 9,7 em setembro ante agosto, surpreendendo previsão de analistas, de queda a 9,6. Entre as montadoras, a Peugeot e a Renault apresentaram recuos de 0,38% e 0,25% na Bolsa de Paris, cujo índice CAC 40 encerrou o dia em queda de 0,34%, aos 5.368,80 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI 20 caiu 0,18%, para 4.798,07 pontos.