Jornal Correio Braziliense

Economia

Investidor vê espaço para compra e Ibovespa se recupera apoiada por alta em NY

O Ibovespa ganhou impulso de alta após a abertura dos principais índices das bolsas em Nova York, onde os investidores seguem dando o benefício da dúvida sobre o andamento mais positivo das negociações entre os Estados Unidos e China no âmbito da guerra comercial. Às 11h07, o Ibovespa operava aos 97.635,78 pontos, em alta de 1,25%, enquanto o dólar à vista recuava 0,03%, cotado a R$ 4,1386. Pouco antes do fechamento deste texto, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado afirmou estimar que o PIB do segundo trimestre, a ser divulgado na quinta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deve ter ficado estável ou crescido ligeiramente. Aliado a isso, disse acreditar que a retomada mais robusta depende da agenda microeconômica. Nesse contexto, falou, é necessário reformar o marco legal para financiamento à infraestrutura e a redução dos juros bancários de forma gradual, e, não, voluntarista. A alta do Índice Bovespa segue embalada pelo comportamento do exterior, onde os pares do mercado acionário operam majoritariamente em alta, e também pela disposição ao risco dos investidores que viram ponto de compra de ações na abertura dos negócios. Também ganha atenção e se apoiando no mínimo avanço das reformas no Congresso, avaliam operadores. No Brasil, em dia de agenda de indicadores fraca, o relator da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), deve apresentar seu parecer. Segundo o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou com fontes, o documento deve propor mudanças, como pagamento de ao menos um salário mínimo ao pensionista que tiver renda formal abaixo do piso nacional, na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela para evitar atrasos no cronograma do texto atual da reforma. Assim como a adesão de Estados e municípios, que terão duas opções. Na primeira opção, caso os Estados façam adesão à reforma, seus municípios seriam incluídos automaticamente, mas teriam opção por até 12 meses de desembarcar da proposta. Na segunda alternativa, em caso de Estados que rejeitem a entrada na reforma, os municípios poderiam aderir de forma autonomia. Todas as opções dependeriam de aprovação de uma lei ordinária nos legislativos locais - Assembleia ou Câmara. No radar ainda, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que divulgou nota oficial na segunda-feira à noite afirmando que as doações eleitorais recebidas por ele foram pedidas dentro da legislação, contabilizadas e declaradas à Justiça. Relatório conclusivo da Polícia Federal atribuiu a Maia crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois, no âmbito de investigações que envolvem a delação da Odebrecht. A cotação dos contratos futuros de petróleo sobe nesta manhã em torno de 1% em contraponto à forte queda (-3,2%) no porto de Qingao, na China.