Após o déficit de US$ 2,914 bilhões em junho, o resultado das transações correntes ficou negativo em julho deste ano em US$ 9,035 bilhões, informou nesta segunda-feira, 26, o Banco Central. A instituição projetava para o mês passado déficit de US$ 5,3 bilhões na conta corrente.
O déficit do mês passado foi maior que o estimado por analistas do mercado financeiro em pesquisa do Projeções Broadcast. Eles esperavam de déficit de US$ 8,600 bilhões a déficit de US$ 1,679 bilhão (mediana negativa em US$ 5,950 bilhões).
O saldo negativo de US$ 9,035 bilhões é o pior resultado para julho desde 2014, quando houve déficit de US$ 10,317 bilhões.
A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 1,601 bilhão em julho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 2,957 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária, em US$ 7,927 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou negativo em US$ 8,280 bilhões.
No acumulado do ano até julho, o rombo nas contas externas soma US$ 21,683 bilhões. A estimativa do BC, atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, é de déficit em conta corrente de US$ 19,3 bilhões em 2019.
Já nos 12 meses até julho deste ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 24,392 bilhões, o que representa 1,31% do Produto Interno Bruto (PIB). O porcentual representa o maior déficit desde janeiro de 2017 (1,32%).
Lucros e dividendos
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 3,132 bilhões em julho, informou o Banco Central. A saída líquida representa um volume superior aos US$ 1,036 bilhão que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.
No acumulado do ano até julho, a saída líquida de recursos via remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 14,533 bilhões. A expectativa do BC é de que a remessa de lucros e dividendos de 2019 some US$ 17,5 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 4,812 bilhões em julho, ante US$ 4,111 bilhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano até julho, essas despesas alcançaram US$ 14,446 bilhões.
Viagens internacionais
A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em julho, informou o Banco Central. No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$ 1,300 bilhão. Em igual mês de 2018, o déficit nessa conta foi de US$ 1,314 bilhão.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,898 bilhão em julho. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 598 milhões no mês passado.
No ano até julho, o saldo líquido da conta de viagens ficou negativo em US$ 7,030 bilhões. Para 2019, o BC estima um déficit de US$ 12,0 bilhões.
Dívida externa
A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em julho é de US$ 326,248 bilhões. Segundo a instituição, o ano de 2018 terminou com uma dívida de US$ 320,612 bilhões.
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 252,084 bilhões em julho, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 74,164 bilhões no fim do mês passado.