Rafaela Gonçalves*
postado em 23/08/2019 18:57
Em meio a mais um capítulo da guerra comercial entre China e Estados Unidos, o dólar registrou o maior patamar desde 19 de setembro do ano passado, quando fechou a R$ 4,1250, alta de 1,13%. O anúncio que a China vai tarifar cerca de US$ 75 bilhões em produtos dos Estados Unidos foi rebatido pelo presidente Donald Trump e estressou os mercados.
O índice Bovespa (IBovespa), principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), voltou a ficar abaixo dos 100 mil pontos nesta sexta-feira (23/08), com queda de 2,34% fechando a 97.667 pontos.
O presidente Chinês, Xi Jiping, pretende tarifar 5.078 produtos dos EUA, incluindo produtos agrícolas, petróleo e aviões de pequeno porte, retomando também a taxação sobre carros e autopeças.
Mais cedo, o dólar chegou a operar em queda com o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que sugeriu que banco central dos EUA deve "agir conforme apropriado" para apoiar a economia, elevando as expectativas de novos cortes de juros. Pelo Twitter, Trump fez críticas ao líder chinês e ao presidente do FED. "A minha única pergunta é: quem é nosso pior inimigo, Jay Powell ou o presidente Xi?."
"A guerra de retórica causa impacto grande com novas ameaças. Foi um dia de estresse no mercado, com cotações oscilando muito. Além do dólar, o mercado de juros futuros reagiu de forma nervosa, subindo mesmo com movimento de queda da Selic", analisa o estrategista da ALL Investimentos, Henrique Bousquat.
*Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca