A carestia atinge principalmente a parcela com renda mais baixa da população. De acordo com pesquisa divulgada, ontem, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a inflação para os que ganham menos, em julho, atingiu 0,22%, acima dos 0,17% registrados para o grupo com melhor renda. No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi de 0,19%.
O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão de renda familiar de até R$ 1.615 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até acima de R$ 16.156, no caso da renda mais alta.
;Essa variação mais intensa entre as classes de renda menor reflete, não somente o aumento das tarifas de energia elétrica (reajuste de 4,5%), como também um desempenho menos benéfico dos alimentos no domicílio;, informou o instituto, em nota.
A expectativa do Ipea é de que a alimentação em domicílio encerre 2019 em alta de 4,7%, pressionando mais a inflação das classes pobres. ;Por sua vez, o comportamento dos combustíveis deve trazer descompressão na inflação das famílias mais ricas;, informou.
Houve alta também na estimativa de aumento do setor de serviços educacionais, que passou de 5% no ano para 5,1%. A previsão para bens livres, com exceção dos alimentos, é de 1,5%, inferior aos 2% estimados em junho. Em relação aos serviços livres, sem educação, a expectativa permaneceu em 3,3%. (GP e TM)