Jornal Correio Braziliense

Economia

JBS vê compras e ida a mercado nos EUA

A JBS reverteu o prejuízo do segundo trimestre de 2018, com lucro R$ 2,2 bilhões entre abril e junho deste ano. As ações da processadora de carnes subiram mais de 10% com o anúncio e fecharam o dia com alta de 4,6%. Os resultados foram impulsionados pela demanda na Ásia, onde os plantéis foram dizimados pela peste suína africana, favorecendo exportadores de outros países. Também houve recuperação de ganhos na divisão de alimentos processados Seara e melhora das operações de carne suína e de frango nos EUA. Presente em quatro continentes, a JBS gera 25% de sua receita com exportação e tem forte presença nos Estados Unidos. Segundo o presidente Gilberto Tomazoni, a empresa está retomando planos para fazer a listagem de ações em Nova York e levantar recursos para financiar seu crescimento. Os planos para ir a mercado nos EUA foram deixados de lado após delações em 2017 dos irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores da empresa, no âmbito da operação Lava Jato. Às compras. Além de retomar esse projeto, a empresa quer aproveitar o bom momento e avalia adquirir negócios nos mercados de exportação, mas apenas nas regiões nas quais já opera para garantir sinergias. A recente compra de uma processadora de carne suína no Brasil é um exemplo de aquisição que tem sinergia com negócios existentes, disse Tomazoni. Segundo ele, a companhia avaliará esses negócios, mantendo a "disciplina financeira", depois de dois anos trabalhando para reduzir dívida e custo de capital. "Estou muito otimista com o futuro da empresa: o ciclo da indústria é positivo e a JBS está em seu melhor momento na história", disse Tomazoni. "Uma listagem nos EUA criará um veículo forte para impulsionar o crescimento." Como parte dos esforços para melhorar o perfil de dívida, a JBS vai usar US$ 300 milhões gerados em suas operações nos EUA para amortizar dívidas como parte de um acordo com bancos brasileiros. O pagamento será feito em setembro, disse o vice-presidente financeiro, Guilherme Cavalcanti, e ajudará a JBS a liberar garantias e acessar linhas de crédito maiores e mais baratas. Ásia. Além disso, a JBS deverá aumentar entre 15% e 20% a capacidade de exportação das unidades frigoríficas brasileiras já habilitadas a vender à China. "As habilitações de novas plantas estão fora do nosso controle", afirmou o presidente da JBS América do Sul, Wesley Batista Filho. "O que temos sob nosso controle é a quantidade de matéria-prima que conseguimos levar às unidades já aprovadas." Tomazoni falou também que a peste suína africana não teve impacto muito grande nos resultados da companhia no trimestre. "Estamos no início dos efeitos da demanda maior de proteína por causa da peste suína", disse. "Se perguntar quanto do impacto está no resultado, diria que ainda é pouco." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.