O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, ontem, durante um evento do Banco Santander, em São Paulo, que se o futuro novo presidente da Argentina fechar a economia, o Brasil deixará o Mercosul. O bloco econômico que também abriga Paraguai e Uruguai ficaria fragilizado.
Ele faz menção direta à ex-presidente do país Cristina Kirchner, que é vice na chapa com Alberto Fernández. Favoritos, eles devem assumir o comando da nação, substituindo o atual presidente Mauricio Macri, que não conseguiu implementar reformas que surtissem efeito de forma rápida na economia.
;Se a Cristina Kirchner entrar e fechar a economia, a gente sai do Mercosul;, disse. Com a perspectiva da volta do kirchnerismo ao poder, o mercado financeiro de ambos os países ficaram mais turbulentos. O efeito foi mais perverso na nação vizinha, com queda brusca da bolsa argentina e desvalorização cambial forte.
Guedes argumentou que o Brasil nunca precisou da Argentina para crescer. ;O comércio exterior é uma cauda balançando, mas nossa preocupação principal é interna. O Brasil é uma economia continental e precisamos recuperar nossa dinâmica própria de crescimento. Nós não somos tão dependentes lá de fora;, afirmou. ;Se o mundo desacelerar, não creio que vamos ter tanto impacto aqui, porque o Brasil virou uma ilha isolada;, completou. (HF)
- Caixa devolverá mais R$ 7,35 bi
O Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal aprovou ontem a devolução de R$ 7,35 bilhões ao Tesouro Nacional em Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCD). O banco pretende ressarcir o Tesouro em R$ 20 bilhões até o fim do ano. A quantia representa metade dos R$ 40,2 bilhões em IHCD recebidos pelo banco em governos anteriores. Em junho, a Caixa havia devolvido R$ 3 bilhões ao Tesouro, totalizando R$ 10,35 bilhões restituídos até agora. De acordo com o Ministério da Economia, os bancos públicos deviam, em dezembro do ano passado, cerca de R$ 86,5 bilhões em empréstimos concedidos pelo Tesouro Nacional. A devolução do IHCD reduz a dívida bruta do governo.