A startup de serviços financeiros Nubank libera nesta quinta-feira, 15, o acesso a cartão de débito para todos os seus clientes. O produto estava em testes desde dezembro, quando a companhia anunciou que cerca de 10 mil pessoas participariam inicialmente do processo. De lá para cá, 2,5 milhões de clientes da conta digital, a NuConta, participaram do teste.
"É um movimento para tornar o Nubank uma conta mais completa", disse ao Estado Vitor Olivier, vice-presidente de consumo do Nubank. "Com débito, crédito pessoal e programa de recompensas, temos uma proposta de valor para que as pessoas saiam dos bancos tradicionais".
Com custo. O cartão permitirá também saques nos terminais da Rede 24 Horas ao custo de R$ 6,50 cada. De acordo com a companhia, esse valor corresponde ao custo que ela tem para utilizar a infraestrutura dos caixas eletrônicos e para manter a operação relacionada aos saques.
A estratégia é diferente da adotada por rivais digitais - como o recém-lançado C6 Bank, que não cobra pelo acesso ao dinheiro vivo. "O mundo físico é bem difícil e caro", disse Olivier. "Nossa prioridade é digital, mas sabemos que o saque ainda é importante."
Sobre o número de clientes que devem procurar a opção débito, ele diz que não há meta definida. A instituição, porém, está preparada para uma demanda alta. A NuConta tem hoje 8 milhões de clientes, 5 milhões dos quais aderiram após o anúncio da função débito.
Os serviços estarão disponíveis também a novos clientes, que podem pedir o cartão ao criar a conta. "Aprendemos em duas frentes com os testes: a de usuário e a de tecnologia", diz. "Um cartão de débito tem de ter consistência e garantir um bom nível de funcionamento num alto grau de escala."
O cartão de débito só não estará disponível aos clientes com contas pessoa jurídica. "As contas de empresas estão num momento parecido com o da NuConta um ano e meio atrás", afirma Olivier. "O débito está no radar para as contas jurídicas, mas ainda não é o momento (para o lançamento)."
Avanço. O Nubank tem caminhado para se tornar um banco tradicional. Nos últimos meses, a startup anunciou o fim da lista de espera para a emissão do cartão de crédito, abriu opções de investimento e criou a conta para empresas.
Em julho, a empresa se tornou a primeira startup brasileira de capital fechado a atingir valor de mercado de R$ 10 bilhões. A companhia recebeu o aporte de US$ 400 milhões do fundo americano TCV.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.