O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) saiu em defesa do presidente da República nesta segunda-feira, 5, e disse que o governo de Jair Bolsonaro não faz qualquer tipo de "discriminação" com o Nordeste. O comentário de Bezerra, que é líder do governo no Senado, ocorreu num evento em Sobradinho, no norte da Bahia, onde Bolsonaro participa da inauguração de uma usina de energia flutuante.
"O recesso parlamentar se encerrou. Eu aproveitei para descansar. E fiquei ouvindo a imprensa. Nesses últimos 10 dias, saiu muita coisa na imprensa como se o senhor tivesse má vontade com o Nordeste. Primeiro, divulgaram que a Caixa Econômica Federal não estava liberando recursos para o Nordeste, que havia uma orientação do presidente da Caixa para travar liberações de financiamentos para municípios e Estados nordestinos. Eu fiquei a indagar: eu, como líder do governo no Senado, como nordestino que sou, como pernambucano que sou, se em algum momento eu testemunhei ou ouvi o presidente da Caixa, o ministro da Economia ou o presidente da República fazer qualquer consideração que pudesse implicar um gesto de discriminação ou falta de atenção com o Nordeste. A primeira coisa a registrar é que mais uma vez o senhor está no Nordeste", disse, apontando para o presidente da República.
Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo revelou com exclusividade que a Caixa reduziu a concessão de novos empréstimos para o Nordeste. Por meio de um levantamento feito pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), com base nos números do próprio banco e do sistema do Tesouro Nacional, a reportagem mostrou que, em 2019, até julho, o banco autorizou novos empréstimos no valor de R$ 4 bilhões para governadores e prefeitos de todo o País. Para o Nordeste, foram fechadas menos de dez operações, que juntas totalizam R$ 89 milhões, ou cerca de 2,2% do total - volume muito menor do que em anos anteriores.
Bolsonaro desembarcou por volta das 11 horas em Sobradinho. Depois de conhecer, a bordo de uma embarcação catamarã, os painéis instalados no lago da usina da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), o presidente fará um breve discurso para cerca de 150 pessoas, a maior parte funcionários da empresa. A população da cidade não teve acesso ao local do evento, um galpão dentro das instalações da usina, retirado da cidade.