Jornal Correio Braziliense

Economia

Preço da gasolina volta a descer

Mesmo com aumento nas refinarias, gasolina chega a R$ 3,84 em Brasília. Porém o gás de cozinha permanece acima de R$ 65,00

Após a queda média de R$ 0,20 no preço da gasolina comum, na última semana, alguns postos do DF abaixaram seus valores mais ainda, e agora, o combustível pode ser encontrado até por R$ 3,84. Mesmo depois do aumento de R$ 0,06 na refinaria, nesta segunda-feira (5/8), o Correio percorreu 33 postos e verificou que 13 reduziram o valor da gasolina em, pelo menos, R$ 0,04. Para especialistas, a queda representa a guerra entre os postos do DF, já que na maioria dos casos, os revendedores estampam os mesmos preços da concorrência local.

O menor preço encontrado pela reportagem foi no posto Petrobras da 313 sul, onde a gasolina era vendida a R$ 3,84 até esta segunda. No SIA, trecho 1, o posto Petrobras também vende o combustível por R$ 3,89. Em grande parte da Asa Norte, a gasolina comum é vendida a, em média, R$ 3,93, como nos postos da 206, 208, 210, 212, e em todos do Eixo W. Já na Asa Sul, o preço médio encontrado foi de R$ 3,99. Na EPTG e em Taguatinga, os valores não variaram muito em relação a semana passada, e permaneceram entre R$ 3,95 e R$ 3,99.

[SAIBAMAIS]A professora Cláudia, de 37 anos, aproveitou os preços baixos para abastecer nesta segunda-feira, mas reclama das constantes variações da gasolina. "Uso muito meu carro, é o meu meio de transporte para chegar ao trabalho todos os dias. Mas seria interessante se tivesse uma constância maior dos preços, até para a gente se organizar em relação às despesas, mas fica caindo nesses altos e baixos", afirma a professora que, em julho, chegou a gastar cerca de R$ 600 com gasolina, "bem acima do normal".

Enquanto os consumidores comemoram, o presidente do Sindicombustíveis- DF, Paulo Tavares, que também é dono de um posto de gasolina, acredita que "existe algo por trás" das sucessivas quedas nos preços, como a possibilidade de adulteração no combustível. "Hoje, o revendedor comprar a gasolina em torno de R$ 3,85 e vender a R$ 3,90 é puro prejuízo. Se trata de uma briga de preços, porque, na verdade, o etanol subiu 4 centavos, e a gasolina também já subiu na última semana. Não era para os preços estarem caindo", destaca o representante do Sindicombustíveis.

Tavares ainda teme que o mercado dos combustíveis em Brasília quebre, já que em Ribeirão Preto, grande parte dos postos fecharam após enfrentarem prejuízos. "As revendedoras estão queimando dinheiro, isso não é correto, tem que ter algo por trás".


Gás de cozinha


Em contrapartida a queda da gasolina, o gás de cozinha (GLP residencial), permaneceu acima de R$ 65,00. Mesmo após uma redução de R$ 2,14 no preço médio de venda do botijão residencial (de até 13kg) pela Petrobras, que começou a valer nesta segunda-feira (5), o mesmo não ocorreu com o preço repassado aos consumidores pelas distribuidoras. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), O GLP residencial, ficaria de 6,5% a 12% mais barato. No DF, a reportagem encontrou o gás de cozinha sendo vendido, em média, entre R$ 65,00 e R$ 75,00. Em alguns lugares, como no Plano Piloto, distribuidoras cobram até R$ 95,00 pelo botijão.

Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, esclarece que, quando a Petrobras reduz o preço do GLP, é normal que o repasse demore a chegar nas distribuidoras. "Quando você reduz o preço da distribuidora para revenda, tem um estoque ainda lá, então essas coisas não são tão automáticas, é preciso vender aquele estoque para entrar o novo, e assim, o preço cair de verdade", justifica o especialista. Segundo ele, os valores do botijão de gás residencial devem começar a cair daqui a, no mínimo, cinco dias.
* Estagiária sob supervisão do Humberto Rezende.