Mais de 90% consegue recolocação na sua área
Qual o perfil do imigrante que está buscando oportunidades lá fora?
O perfil do imigrante hoje é bem diferente do perfil do imigrante que vinha para os Estados Unidos na década de 1980 e 1990. São pessoas que têm uma renda anual acima de R$ 55 mil, graduação completa ou pós-gradução. Algumas não têm trabalho nos Estados Unidos quando chegam, mas vão com a intenção de empreender ou são recolocadas no mercado de trabalho. A maioria, mais de 90%, consegue recolocação na sua área de atuação, inclusive médicos, dentistas, profissionais liberais, advogados, pilotos de aviação comercial, nutricionistas, profissionais na área de TI e nos segmentos de administração, tecnologia, educação, ciência, saúde hotelaria, entretenimento, gastronomia e construção civil. Mas algumas profissões precisam de validação de diploma.
A que se atribui essa disparada do número de brasileiros indo para o exterior?
Sem dúvida nenhuma isso se deve à crise econômica dos últimos anos. Em 2016, nosso negócio cresceu 105%. Em 2017, cresceu 200% sobre esses 105%. Em 2018, crescemos 200% novamente, e não só no processo de imigração, mas também com planejamento tributário para pessoas que estão abrindo um negócio ou se mudando para o exterior. Nos últimos cinco meses deste ano, atendemos mais clientes do que nos sete primeiros meses de 2018. Já atendemos 2.100 famílias.
Por que nos cinco primeiros meses de 2019 houve uma alta tão significativa?
Chamo isso de efeito chicote. Havia um movimento muito grande de tensão entre esquerda e direita no Brasil, e a população começou a perceber que tudo o que ocorreu nos últimos anos vai demorar para se reverter. O êxodo brasileiro é de pessoas que estão desgostosas com o Brasil e infelizmente não veem uma saída melhor do que o aeroporto para encontrar uma qualidade de vida melhor, não só nos Estados Unidos, mas em vários outros países.
Qual a previsão para o segundo semestre?
Sem dúvida, vai crescer. A lei migratória para os Estados Unidos ainda está bem propícia, é bem receptiva para o imigrante que tem uma carreira entre cinco e 10 anos de formação acadêmica, com bacharelado para cima. Tendo um certo destaque na sua carreira, a pessoa consegue de uma maneira bem tranquila. Não diria que é fácil, mas tendo a documentação, cumprindo os critérios, obviamente, como as estatísticas vêm demonstrando, tem uma média de 85% de aprovação.
Em sua opinião, uma melhora da economia do Brasil reduziria esse ritmo?
A melhora da economia não melhora, necessariamente, a questão do êxodo. A economia melhorar não necessariamente melhora a segurança pública, que é o maior problema que as pessoas enxergam.
Existe demanda também para outros países?
Sim. Recebemos pedidos para outros países, como Reino Unido, Austrália, Canadá, Emirados Árabes, Arábia Saudita, China, Hong Kong e África do Sul. Mas os brasileiros ainda continuam procurando mais pelos Estados Unidos, Canadá e Portugal para migrarem.
Os destinos preferidos
Os países mais procurados por profissionais brasileiros, segundo estudo da consultoria americana Talenses:
- EUA 32,53%
- Canadá 17,16%
- Portugal 15,02%
- Reino Unido 5,51%
- Espanha 5,42%
- Alemanha 5,24%
- Austrália 3,82%
- Itália 2,67%
Fonte: Pesquisa Profissionais no Exterior/Talenses