A nova taxa básica da economia (Selic), de 6% ao ano, inaugura um novo cenário no mercado para quem procura investir na renda fixa. Se o Banco Central continuar reduzindo os juros até o fim do ano, como o mercado espera, será preciso pesquisar bem onde deixar o dinheiro para não perder para a inflação ou com o pagamento de taxas de administração e Imposto de Renda (IR), alertam especialistas.
Caso a Selic encerre o ano a 5%, como apostam os analistas, o juro real (descontada a inflação) ficaria abaixo de 2% ao ano, se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar em 3%.
;Uma taxa de juros real inferior a 2% ao ano será a mais baixa que eu já vi em meus 32 anos de mercado. Não me lembro de uma circunstância como essa. Estamos diante de um momento completamente novo para o mercado e o brasileiro vai ter que bater perna e pesquisar daqui para frente se quiser ter um ganho maior;, comentou o economista Alexandre Espírito Santo, da Órama. Ele acredita que a procura por ações deverá crescer e aposta que o Índice Bovespa encerre o ano em 115 mil pontos.
A poupança continua sendo uma opção rentável a curto prazo. Com a nova Selic, de 6% anuais, o rendimento dos depósitos realizados a partir de 4 de maio de 2012 passou de 4,55% para 4,20% ao ano. A caderneta antiga rende 6,12%, mas não aceita novos depósitos. Conforme levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), mesmo com o rendimento mais baixo, a nova poupança ainda ganha de fundos de renda fixa com taxas de administração acima de 1% ao ano, porque paga imposto de 15% até 22,5%, dependendo do prazo da aplicação.
;Até o Tesouro Direto vale a pena, mas é importante ver a questão do IR sobre o prazo investido, algo que a poupança não tem;, orientou o diretor executivo da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira. (RH)
- Exportação e importação caem
As exportações e importações brasileiras apresentaram queda no mês de julho em relação ao mesmo período de 2018. As vendas para o exterior somaram US$ 20,05 bilhões, com recuo de 14,84%. E as compras totalizaram US$ 17,76 bilhões, com retração de 12,15%. O saldo da balança comercial no mês foi de US$ 2,293 bilhões, 43% menor do que o saldo de julho no ano passado (US$ 3,874 bilhões). Os maiores responsáveis pelo desempenho da exportação no mês foram a soja em grão e o petróleo bruto, que juntos representam 57% da queda. Nas importações, a compra de bens de capital caiu 53%.