O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que é possível conciliar o acordo firmado com a União Europeia (UE) com as negociações com os Estados Unidos. Ele afirmou que o governo do presidente norte-americano Donald Trump está pensando em uma aliança estratégica para toda a América, e não apenas no âmbito do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta). "Há interesses que podem ser contornados por acordo comercial", afirmou. "Temos uma decisão de maior integração. Não se trata de Alca", afirmou.
Ele se reuniu com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, e disse que foram discutidas questões como a maior importação de etanol e trigo pelos brasileiros e de açúcar e autopeças pelos norte-americanos. "Os Estados Unidos têm interesse em trazer etanol e nós temos tecnologia flexível aqui. Para eles entrarem com Etanol, temos que colocar açúcar lá", afirmou.
O ministro afirmou que será reativado um fórum de CEO's dos dois países para conversas que incluem fusão de companhias. "Ross mencionou negócio entre Boeing e Embraer, temos que estimular negócios desse tipo", afirmou.
O ministro disse que tanto nas negociações com a UE quanto com os EUA existem produtores com interesse em proteger seus negócios e que questões como subsídios serão sempre questionadas. Ele lembrou ainda que os norte-americanos prometeram apoiar a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e disse que eles querem conversas sobre patentes e royalties, que é algo que o Brasil compreende mais do que a China. O ministro ressaltou que o mercado chinês, no entanto, também é importante para o Brasil.