Enquanto espera anúncios de cortes de juros pelo Comitê de Política de Monetária (Copom) e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) à tarde, o mercado de câmbio opera o dólar em baixa ante o real sob pressão técnica da disputa de fim de mês em torno da formação da última Ptax de julho, que deve prevalecer até o início da tarde. A Ptax desta quarta-feira, 31, servirá de referência nesta quinta-feira, dia 1º de agosto, para os ajustes de contratos cambiais e a liquidação do dólar futuro de agosto.
Além disso, o mercado precifica a queda da moeda americana no exterior em relação a outras divisas emergentes ligadas a commodities, após o desfecho de mais uma rodada de conversas comerciais entre EUA e China sem avanços claros. O recuo da moeda americana beneficia o investidor "vendido" em contratos cambiais, porque aposta na queda das cotações, enquanto uma alta favoreceria os "comprados (apostaram na valorização).
Logo depois das 9h15, o dólar ante o real registrou máxima, aos R$ 3,7887 (-0,07%), acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior, após uma alta modesta nos dados de emprego do setor privado americano neste mês.
O relatório da Consultoria ADP indica a criação de 156 mil vagas em julho nos Estados Unidos, segundo pesquisa com ajustes sazonais. O resultado ficou um pouco acima das expectativas de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam geração de 150 mil postos de trabalho.
A pesquisa da ADP é considerada uma prévia do relatório de empregos (payroll) americano, que inclui dados do setor público e será divulgado nesta sexta-feira. Já a criação de vagas em junho foi revisada em alta, de 102 mil novas vagas para 112 mil novos postos de trabalho.
Após a abertura dos negócios, os agentes financeiros monitoraram os dados de desemprego no Brasil no segundo trimestre, mas não houve reação aparente e ficam em segundo plano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,0% no trimestre encerrado em junho, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
O resultado veio igual à mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 11,9% e 12,2%. Em igual período de 2018, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,4%. No trimestre até maio deste ano, a taxa foi de 12,3%.
Às 9h45, o dólar à vista caía 0,13%, aos R$ 3,7865. E o dólar futuro para setembro, mais negociado a partir de hoje, recuava 0,17%, a R$ 3,7940.