As principais bolsas da Europa fecharam nesta quarta-feira, 31, sem direção única. Os mercados europeus repercutiram indicadores locais e balanços de grandes empresas publicados, enquanto aguardavam pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que ocorreria apenas depois do fechamento no continente.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,17%, em 385,77 pontos, e teve ganho mensal de 0,23% em julho.
Tendo que operar antes da principal notícia do dia nos mercados globais, a decisão do Fed, os investidores europeus se concentraram em notícias corporativas e também em indicadores importantes. Na agenda de dados, por exemplo, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 1,1% em julho na zona do euro, na comparação anual da preliminar, como esperado pelos analistas. O núcleo do CPI, porém, avançou apenas 0,9% no ano, ante expectativa de alta de 1,1%. A taxa de desemprego caiu a 7,5% em junho na região da moeda comum, como previsto, na mínima desde 2008.
Para a Oxford Economics, números do PIB da zona do euro mostram "uma acentuada desaceleração" na economia. Com a inflação contida, isso deve resultar em uma ação do Banco Central Europeu (BCE) em sua reunião de setembro, com mais relaxamento monetário para ajudar o quadro, acredita a consultoria.
Na Bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em alta de 0,78%, em 7.586,78 pontos. A libra se fortaleceu durante o pregão, recuperando-se de perdas recentes, o que tende a pressionar ações de exportadoras. Além disso, balanços importantes estiveram no radar. Lloyds recuou 3,18%, após divulgar lucro antes de impostos inferior ao esperado no primeiro semestre. A Hargreaves Lansdown avaliou que o resultado modesto do Lloyds reflete também a tendência fraca para a economia do Reino Unido, em meio às dificuldades no processo de saída do país da União Europeia, o Brexit. Nesse quadro, outros papéis do setor financeiro também recuaram na praça londrina, como Barclays (-2,31%) e Royal Bank of Scotland (-1,50%).
Em Frankfurt, o índice DAX registrou ganho de 0,34%, a 12.189,04 pontos. Lufthansa avançou 1,16%, recuperando parte da queda forte da sessão anterior (de -6,02%), que mostrou queda na receita da companhia no segundo trimestre. Entre os bancos, Deutsche Bank subiu 2,07%, mas Commerzbank cedeu 0,13%.
O índice CAC-40, da bolsa de Paris, teve alta de 0,14%, a 5.518,90 pontos. Air France se destacou, em alta de 8,45%, após balanço considerado "sólido" por analistas. BNP Paribas subiu 1,59%, depois de ter alta em seu lucro líquido no segundo trimestre.
Na bolsa de Milão, o índice FTSE-MIB subiu 0,56%, a 21.398,19 pontos. Fiat Chrysler avançou 2,87%, após balanço do segundo trimestre em geral bem avaliado pelo mercado. Já UniCredit cedeu 0,22%, após o banco informar que investiga a possibilidade de um vazamento de dados estar relacionado com um incidente similar ocorrido com o banco americano Capital One. Ainda entre os bancos italianos, Intesa Sanpaolo recuou 0,28%, mas BPM avançou 0,84%.
Na bolsa de Madri, o índice IBEX-35 recuou 0,17%, a 8.971,00 pontos. Na Espanha, o PIB avançou 2,3% no segundo trimestre, na comparação anual. Entre os papéis mais negociados, bancos estiveram no radar, como Santander (-0,58%), BBVA (-1,22%) e CaixaBank (-0,22%). Em Lisboa, o índice PSI-20 fechou em baixa de 0,37%, em 5.010,90 pontos. Entre os papéis mais negociados na bolsa portuguesa, Altri e Banco Comercial Português recuaram 1,82% e 1,83%, respectivamente.
Em outras praças, em Zurique o papel do Credit Suisse teve ganho de 2,38%, após balanço que agradou. A bolsa de Zurique teve alta de 0,29%, a 9.919,27 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)