Na véspera da ;superquarta;, quando serão anunciadas as decisões dos comitês de política monetária do Brasil, Copom, e dos Estados Unidos, Fomc, o mercado brasileiro ficou bastante volátil com queda na bolsa, puxada pelo tombo nas ações de bancos, e com alta no dólar frente ao real.
É consenso entre analistas que os dois bancos centrais devem cortar os juros, acompanhando a onda ;dovish; (termo usado para a política monetária expansionista, leniente com a inflação e voltada para a manutenção da atividade econômica) do mercado internacional. Analistas consideram que o momento está propício para que a taxa básica da economia (Selic) seja reduzida na reunião de hoje pelo Copom, porque a inflação está comportada no acumulado em 12 meses, um ponto percentual abaixo do centro da meta, de 4,25% ao ano, enquanto a atividade econômica ainda continua fragilizada.
;A curva de juros mostra probabilidade implícita de 75% de chance de corte de 0,5 ponto percentual e 25% de chance de corte de 0,25 ponto percentual;, comentou o diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer. Ele está na exceção do mercado. ;Eu acho que o BC não vai cortar os juros agora;, disse.
Analistas acreditam que a diretoria do BC brasileiro poderá ser influenciada pela decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), com anúncio previsto para as 15h, três horas antes de o Copom dar o veredicto sobre a Selic, que está em 6,5% ao ano desde março de 2018. Caso o Fed reduza os juros básicos, será a primeira vez que isso ocorre em 11 anos.
;No caso do Fomc, o corte dos juros deverá ser de 0,25 ponto percentual e, no caso do Copom, há uma divisão entre os analistas se a redução da Selic será de 0,25 ou de 0,50 ponto percentual;, destacou a economista Patrícia Pereira, analista da Mongeral Aegon Investimentos. ;Há argumentos para os dois lados. Nem aqui na casa há um consenso na nossa equipe;, disse. (RH)