A queda expressiva das ações do setor financeiro, em um ambiente negativo nas bolsas internacionais, impôs perda de 0,53% ao Índice Bovespa nesta terça-feira, 30, marcando 102.932,76 pontos. O recuo não foi maior graças ao desempenho positivo de ações de empresas de consumo, embaladas pela expectativa de serem beneficiadas por um corte da taxa Selic, amanhã. O compasso de espera pelas reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos manteve o volume de negócios abaixo da média de julho, somando R$ 14,7 bilhões.
"O sinal de baixa foi determinado pelas bolsas na Europa e Estados Unidos e foi potencializado por uma realização de lucros mais forte das ações do setor financeiro. O balanço do Itaú Unibanco foi positivo, à exceção dos dados da carteira de crédito, que cresceu menos que o esperado", disse Vitor Miziara, gestor da Criteria Investimentos.
Na avaliação do profissional, o investidor vem aproveitando esses dias de espera para fazer ajustes em suas carteiras, levando em conta ações que estão mais descontadas. "Os bancos subiram mais, e mais rapidamente. O investidor agora está indo aproveitar o potencial de outros papéis, de empresas que ainda não apresentaram balanço", afirma.
Entre as ações do setor financeiro, Itaú Unibanco, papel de maior peso na composição do Ibovespa (10,2%) foi justamente a maior perda, com -3,32%. A cautela com os dados de crédito e inadimplência do setor financeiro contribuiu para que o setor apresentasse queda generalizada hoje. Bradesco ON e PN recuaram 1,74% e 2,07%. As units do Santander perderam 3,10%. Entre os índices setoriais, o Ifinanceiro (IFNC) foi o único a apresentar queda hoje, de 1,08%.
Em contrapartida, o Índice Imobiliário (IMOB) subiu 1,74% e teve o melhor desempenho entre as carteiras setoriais. Outro destaque foi o Índice de Energia Elétrica (IEE), que subiu 0,94%. O índice que congrega ações de consumo e varejo (ICON) subiu 0,23%, mas ainda lidera as altas setoriais em julho, com ganho de 9,77%, muito acima do 1,95% do Ibovespa no acumulado do mês. Em todos esses casos, é a expectativa de corte de juros que estimula a aposta nesses papéis, ou pelo impacto positivo no endividamento das empresas ou pela expectativa de aumento do consumo.