Às vésperas da disputa técnica, na quarta-feira, 31, pela definição da última taxa Ptax de julho, o investidor opera o dólar em alta no mercado doméstico e alinhado ao viés do índice DXY e também em relação a algumas divisas emergentes, após a queda frente o real na sessão anterior, contrariando o sinal externo. A expectativa é de mais um pregão de oscilações modestas e liquidez menor nesta segunda, 29, refletindo um apetite a risco limitado do investidor.
Há um compasso de espera global também pelas decisões de política monetária nesta semana do Copom e Fed (quarta-feira), que podem resultar em cortes das taxas, do Banco do Japão (terça) e do Banco da Inglaterra (quinta-feira), além do relatório de empregos (payroll) de julho dos Estados Unidos (sexta-feira). Para o BC brasileiro, o mercado está dividido entre corte de 0,25 ponto porcentual (p.p.) e de 0,50 p.p. da Selic, enquanto a curva de juro a termo aponta para chance maior de redução de 0,50 ponto, para 6,00%. Já em relação aos juros nos EUA, a expectativa é de corte de 0,25 p.p.
No câmbio local, há a perspectiva ainda de início na quinta-feira, dia 1º de agosto, da rolagem integral do vencimento de swap cambial de 1º de outubro, que totaliza 230.890 contratos (US$ 11,544 bilhões). No primeiro leilão, na quinta, a oferta será de 11.000 contratos (US$ 550,0 milhões).
Também no dia 1º de agosto, quinta, o Congresso retorna do recesso, mas só são esperadas votações em plenário a partir da próxima semana. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que tentará começar a votação em segundo turno da reforma da Previdência na terça-feira, dia 6. Também estão no radar a retomada das conversas comerciais entre os Estados Unidos e a China, terça e quarta-feira, em Xangai.
Mais cedo, a pesquisa Focus trouxe elevação da projeção para a inflação deste ano e redução da estimativa para Selic em 2020. Logo mais tem o resultado primário do setor público de junho (10h30). Na Focus, houve alteração da previsão para o IPCA em 2019 de alta de 3,78% para elevação de 3,80%. A projeção para o índice em 2020 permaneceu em 3,90%. Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic no fim de 2019 em 5,50% ao ano. Já a projeção para a Selic no fim de 2020 foi de 5,75% para 5,50% ao ano. A expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 seguiu em 0,82%. Para 2020, foi mantida a previsão de alta do PIB em 2,10%.
Às 9h33, o dólar à vista subia 0,33%, a R$ 3,7853. O dólar futuro para agosto estava em alta de 0,26%, a R$ 3,7860.
Na sexta-feira passada, o dólar avançou ante a maioria das divisas, mas no Brasil contrariou essa tendência e caiu com a venda de US$ 1 bilhão em dois leilões de linha do Banco Central e ingressos de captações corporativas. A moeda americana encerrou a sexta passada em baixa, aos R$ 3,7725 (-0,25%). Na última semana, porém, subiu 0,71% ante o real.